domingo, 16 de dezembro de 2007

A Coisa

Eu entendo a Miudita que é novita e ainda não tem entendimento sobre a Coisa. Ela vê as estrelinhas, as luzinhas, o Coiso a distribuir prendinhas. E pensa que é verdade que a vida é tal e Coisa.

Ora, como Governanta, Presidente do Sindicato das Governantas da Região de Lisboa e Vale do Tejo, a perspectiva é outra.

No cumprimento de ordens superiores, atravessei a cidade (a pé) para encontrar a Palmeira da Coisa para alegrar a Casa.

Lentamente, a Casa enche-se de coisas da Coisa e não é o Coiso que compra as coisas. Acreditem em mim: o Coiso não existe.

Tudo para quê? Para gastar dinheiro, para andar aos encontrões com as pessoas, para receber coisas que não queremos, para ter repetidas conversas sobre como vai (e com quem vai) ser a Coisa.

Manifesto o meu repúdio contra a periodicidade da Coisa, apesar da folga que os Patrões me dão sempre.

Não quero mais camisas de dormir, nem botinhas de lã.

O Coiso inexistente que fique mais quietinho lá no seu país das Palmeiras e trate lá da casa dele. Na nossa Casa não é preciso mais nada, graças a Deus(?).

Coitadinha da Miudita, os desgostos que eu lhe dou. Mas é para o bem dela.


A Governanta

Sem comentários: