segunda-feira, 29 de outubro de 2007

INFO-INCLUÍDAS, PARA QUE SAIBAM!


Vai para mais de um ano, a miúdita chegou a casa toda contente porque tinha recebido um IPOD. Na semana passada, o homem do pão confessou-me ter comprado um IPOD, em saldo, por ser dos morangos com açucar. Isto dá que pensar...
Sentei-me na cozinha a beber um cházinho com a governanta. Ora vamos lá saber o que são estas coisas que deixam as pessoas felizes...
Devagarinho, começámos a perceber. Um IPOD é um leitor de MP3 com ecrã onde se pode ver fotos e videos, com agenda acoplada. Um leitor de MP3 é uma pen que dá para ouvir música e rádio. Uma pen é um cd ou uma disquete onde se pode gravar tudo o que a gente queira e que esteja no computador ou que se tenha passado para ele através de um cd ou dvd ou outra pen. Prontos...Sei lá...Coisitas em piqueno.
Também ficámos a saber que o Bluetooth, o Dente Azul, é um controlo remoto como o infra-vermelhos, mas que passa mais coisas, tipo dados de voz e outros dados.
Ahhhh....e um IPHONE é um IPOD que também tem tefone.
A máquina fotográfica é sempre opcional. Achamos nós. Os morangos com acúcar também.
Olhem, um bule inteirinho e meio kilo de petit fours à conta de tanto saber, mas valeu bem a pena.
a patroa

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Muito Bom !!!!!


Outro que precisava de ser reformado por a cabeça.


James Watson, prémio Nobel da medicina em 1962 pela co-descoberta da estrutura molecular do DNA, viu o Museu de Ciência de Londres cancelar a sua palestra que estava prevista para amanhã devido uma entrevista que deu a um jornal Britânico, onde defendeu que os negros têm uma inteligência inferior à dos brancos. Watson afirma que "o caos do continente (Africano) é o espelho da inteligência africana". Mas estas não são as únicas teorias “menos ortodoxas” de Watson. Entre outras, está a defesa do direito das mulheres abortarem caso pudesse ser determinado através de testes a homossexualidade futura dos seus filhos, ou ainda a defesa da existência de uma relação entre a cor de pele e o impulso sexual.Mas ao contrário do que seria de esperar de um cientista, Watson não baseia nenhum destas suas afirmações em factos científicos, ou em experiências laboratoriais. Não se lhe conhece nenhum paper ou trabalho de investigação que comprove as suas teorias. As suas convicções, não passam portanto de isso mesmo. Convicções pessoais, baseadas no espírito homófobo, racista e sexista de quem as profere. Desta forma, as afirmações de Watson valem tanto como as de um qualquer skinhead de trazer por casa. E, agora que penso bem nisso, não sei porque raio o Museu de Ciência de Londres estaria interessado em promover uma palestra cientifica dada por um skinhead...


Miudita

O povo é estúpido e o mundo é injusto

Quido Coronel,
Ainda bem que me dá razão, coisa rara, que me apanhou descalça, tipo condessa, sei lá...Nem sei o que lhe deu para perceber que o povo é estúpido...Eu já sabia há um ror de tempo mas lá por isso temos de os tratar bem na mesma. Já o Senhor dizia: Coitados dos pobres de espirito que deles é o Reino dos Céus. Aliás, essa é uma das coisas que me faz andar por cá, que aquilo lá em cima deve ser um horror...
Julgo que deve ser por o povo ser estúpido que o mundo não é justo.
Também sei disto quase desde a nascença...Uma criança é boajinha, bem educada, dá beijinhos a toda a gente, farta-se de estudar e consegue ter boas notas e tudo e tudo e tudo. De repente, nasce um bébé e todas as atenções vão para aquela criatura piquena que ainda não fez nada na vida e nos rouba toda a popularidade nas sondagens.
Acham justo? Não é...
Mas lá está, o povo é estúpido e as coisas são como são e por muitos Tratados de Lisboa porreiros que se consigam assinar, aparece sempre um Meneses novinho em folha que nos tira a maioria absoluta nas sondagens e que nos rouba a popularidade.
Bem dizia o outro refugiado de quem já ninguém se lembra: É a vida...
a patroa

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O Tratado e os tratantes

Eu já suspeitava que esta coisa da democracia europeia e nacional tinha mistérios que não estava ao alcance do cidadão comum desvendar. Agora, com a aprovação do chamado Tratado Europeu desapareceram-me as últimas dúvidas. E mais: cheguei à conclusão que o simples acto de votar torna o povo estúpido.

Antes das eleições, durante as campanhas eleitorais, ao ouvido durante o período de reflexão, os iluminados políticos candidatos não se cansam de afirmar que o eleitor é inteligente e que o povo é sábio e nunca se engana. Mas, mal o cidadão anónimo deposita o seu voto na urna, passa a ser um ignorante, incapaz de compreender as leis, os programas e os projectos que os seus eleitos lhe preparam. O povo deixa de saber o que quer. Transforma-se, de um momento para o outro, durante mais quatro anos, numa imensa massa de ignorantes que precisam de ser tutelados.

A prova definitiva veio agora com o chamado Tratado Europeu. Os tratantes (pessoas que tratam destes tratados) fizeram-no, aprovaram-no, não o mostram a ninguém e não querem ouvir falar em referendá-lo, como esperaria qualquer ingénuo democrata. Dizem que ele é demasiado complexo para o entendimento dos eleitores, do povo. Ou seja, o povo é demasiado estúpido para que lhe seja permitido opinar sobre as matérias que que implicam com a sua vida e com seu futuro.

Salazar tinha a mesma opinião sobre esta bizarria de eleições e consultas populares. Eleições sim...mas só com a participação de eleitores previamente aprovados. O princípio agora utilizado com o Tratado Europeu é muito semelhante. Apenas diminui drasticamente o universo dos eleitores aprovados. São apenas 230.

Curvo-me às evidências. O povo parece de facto estúpido. Caso contrário não tinha eleito estes tratantes.

Resta-me ainda uma dúvida: e se o povo, afinal, não é tão ignorante como os tratantes pensam e resolve, na próxima oportunidade, tratar deles?

terça-feira, 23 de outubro de 2007

JÁ CONSEGUI FALAR COM O MEU PAPÁ


Estou bastante optimista, porque já consegui falar com o meu Papá afinal ele estava ocupado a pagar as divídas do meu irmão, fixe é como no anúncio do próprio que afinal já nem está a passar porque terá sido?

Lembram-se era aquele que andava sempre atrás do pai...

Já não passa na caixa mágica .

Pagaram tanto dinheiro a uma agência qualificada e para quê?

Mas eu que sou esperta pensei, esperem lá ele também anda à procura do papá afinal era o meu irmão que emocionante é mesmo de ir às lágrimas.


CHUAC : )

domingo, 21 de outubro de 2007

A Patroa, a Empregada e a TV

http://http://beleza.br101.org/pesb-empregada-domestica-tv.html

Uma questão de difícil solução. Ora vejam os comentários:

eu axu certissimo a empregada domestica ver tv no sofa juntu da patroa! alem dela ser empregada domestica,ela tbm eh jente,eh merece ser tratada como um ser humano como nos! eh a sua opniao qual eh? bjOOO

Bom dia! A dependendo de como a empregada domestica é vale vai ver que vale a pena trocar ideias com ela mas tem que ter muita atençao com o que fala pois muitas delas sao traçoeiras.

A Governanta

O pão e as rosas

Duas coisas que sempre me intrigaram. A história do naufrágio do Camões, salvando Os Lusíadas com o braço fora de água. É verdade? Outra - o milagre das rosas. É verdade?

A mulher de D. Dinis, a rainha Santa Isabel, tornou-se célebre pela sua imensa bondade. Ocupava o tempo a fazer bem a quantos a rodeavam, visitando e tratando doentes, distribuindo esmolas pelos pobres.

Ora, conta a lenda que o rei, já irritado por ela andar sempre misturada com mendigos, a proibiu de dar mais esmolas. Mas, certo dia, vendo-a sair furtivamente do palácio, foi atrás dela e perguntou o que levava escondido por baixo do manto.

Era pão. Mas ela, aflita por ter desobedecido ao rei, exclamou:

- São rosas, Senhor!

- Rosas, em Janeiro?- duvidou ele.

De olhos baixos, a rainha Santa Isabel abriu o regaço - e o pão tinha-se transformado em rosas, tão lindas como jamais se viu.

Há coisas difíceis de entender.

Vou tratar do almoço, pois não sei onde anda a Miudita.

A Governanta

Onde está o Homem do Leme?


Ia eu, ia eu, a caminho de Viseu quando fiquei em transe. «Eu próprio tenho muitas dúvidas que não tenha telefones sob escuta. Como é que vou lidar com isso? Não sei. Como vou controlar isto? Não sei». Apenas cheguei à seguinte conclusão: «Penso que tenho um telefone sob escuta. Às vezes faz uns barulhos esquisitos». As palavras não são do Homem do Pão. Muito menos do Coronel. São de quem considera que "O Ministério Público é um poder feudal de condes, viscondes, marqueses e duques". São do Procurador Geral da República. Do PGR que deve controlar o MP, para que o PR, o PM e o PAR não sejam escutáveis em seus palácios. Por isso, vou continuar a distribuir imagens de Bosch, retratando quem somos. O próprio Homem do Leme comentou o seguinte: «Eu tive recentemente uma reunião com o senhor Procurador-Geral da República e entendo que em relação a essas matérias, eu, como Presidente, não me devo pronunciar em público».

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Os nossos 3 reis magos

Fernando Lopes Graça, Manuel de Oliveira e José Saramago não são nomes que arrebatem multidões mas lá em casa temos todos os discos, filmes e livros deles.
Na aparelhagem tocam sem cessar os discos do compositor; é um bálsamo para as nossas atormentadas cabeças o som ensurdecedor, repetitivo, entrecortado com silêncios despropositados durante os quais aproveitamos para soltar alguns berros.
No DVD passam os filmes do grande mestre (o Aniki Bóbó foi banido por falta de qualidade) de manhã à noite, à excepção da hora sagrada dos telejornais. Em contraponto ao barulho que enche a casa, as imagens paradas permitem-nos fixar o nosso olhar de autistas num único ponto durante longos minutos, aproveitando para nos mexermos ao ralenti.
Por toda a casa, incluindo os WC, podem ver-se livros do Nobel lidos e relidos. Sempre que estamos cansados, pousamos o nosso olhar numa página de margens justificadas, onde as letras nos trocam os nossos olhinhos míopes, sem que se perceba uma única ideia.
Se o povo soubesse o bem que a obra destes 3 génios faz às nossas alminhas, passariam de ser um produto de elites intelectuais para um bem de primeira necessidade. Essa é que é essa, pecebem?
Patroa

As férias grandes

A intensa programação cultural da Patroa exigiu que fizesse uma pausa na governança da Casa e deixasse a miudita ao leme. A minha já fraca cabeça estava invadida de stills do Amor de Perdição. Comecei a ficar preocupada quando os meus diálogos na praça começaram a exceder três horas e meia. Aquela última ideia de passar o filme em câmara lenta foi a gota de água. Aliás, uma homenagem a um artista estrangeiro que fez o mesmo com o Psycho. A Patroa é culta e viajada. Como Governanta devia ser eu a mandar, a manipular, a jogar com o destino dos doentes. A minha referência foi sempre a Governanta da Rebecca, mas acabo sempre no papel da Julia Andrews a fazer palhaçadas para entreter a pequenada.

Enfim, resolvi fazer uma pausa e parti rumo ao faroeste para a quintinha da minha antiga Patroa, agora moribunda. Foi um tédio. Aos serões víamos telenovelas, de manhã apanhávamos sol, à tarde passeávamos. A única leitura da minha antiga Patroa era a TV Guia e nem leitor de DVD tinha. Duas semanas inteirinhas sem programação.

Estou de volta. Aproveitei para trazer uma lembrança para animar os serões da Casa - Eurico o Presbítero - cuja leitura em voz alta se iniciará hoje mesmo.

A Governanta

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Democracia e socialismo moderno

"Filho, quer queiras quer não, tens que ser bombeiro voluntário", dizia o democrata e socialista moderno ao filho rebelde.
Coronel

Hoje há bacalhau para o jantar


Prontos, tá bem...sei lá...já pecebi...
O que os meninos querem é bacalhau pró jantar...Já chega de indirectas a peixes estranhos e tal e coisa, que não são bem peixes, e tudo e tudo e tudo.
Vamos comer o peixinho e não se fala mais nisso...e podem fazer sopinhas de pão no azeitinho...
A Patroa

O verdadeiro Peixe



Este peixe, não se encontra com facilidade é grande e os cardumes são a perder de vista não se conhece onde vive, tem capacidade migratória absolutamente fantástica e tanto navega em águas profundas como à superfície, as suas barbatanas e caudas ora abanam para um lado como para outro sendo inprevísivel que rumo levam, recorre com facilidade à sua mãe quando se sente em dificuldades e tem uma fórmula para apontar o dedo àqueles com quem tão bem convive.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O tal peixe

Pode parecer-lhes estranho, mas eu já vi o tal peixe, como vocês lhe chamam, embora pense que não se trata verdadeiramente de um peixe. É certo que tem barbatanas, mas não tem espinha, que é nos peixes o equivamente à coluna vertebral dos humanos. A mim parece-me mais um molusco daqueles mais feiosos. Também pode ser peixe da fdamília do tamboril.

Estranho é que vi o peixe fora de água, pelo menos a uns 200 metros do rio Tejo. E não estava sozinho. À frente dele, todos alinhados, havia um cardume de outros peixes, suficientemente grande para justificar a qualquer pescador lançar a rede de arrasto nestes tempos de escassez de recursos. Eram pelo menos uns 230.

Tudo isto é muito misterioso. Outras pessoas que também viram garantem-me que o cardume tem um número sempre diferente de peixes, mas nunca mais de 230. Porquê este número? Que fazem estes moluscos em terra? Serão mutantes?

Mais intrigante ainda: o peixe fala. Não sei se será mesmo falar, porque diz sempre as mesmas palavras: "acabou o tempo". Os outros peixes ouvem. Meia dúzia deles dizem qualquer coisa que não se entende bem. Os outros, uns abanam as barbatanas outros dão rabo em movimentos ritmados.

E não é que o peixe grande conta as barbatanas que abanam para um lado e as que abanam para o outro?

Já viram coisa mais estranha? Deve significar qualquer algo que ultrapassa a minha imaginação.

Fiquei a pensar naquilo de "acabou tempo", "acabou o tempo", "acabou o tempo" tipo disco de vinil estragado. Ocorreu-me então que o peixe grande teria um limite de tempo para regressar á água. Neste caso só podia ser o Tejo. Como aqui no blog, a descrição científica diz que é um peixe de águas profundas fiquei um tanto confuso sobre as origens e o habitat natural do monstro.

A patroa está sempre a criticar o meu nomadismo incessante esquecendo-se que ele me obriga a ter meios que nem toda a gente tem. Desta vez o que me serviu foi um grande mapa do mundo que adquiri numa das minhas itinerâncias e que assinala a profundidade dos mares. Foi só seguir as indicações e descobri no meio do Atlântico a caminho da América umas fossas marinhas com vários quilómetros de profundade.

Não havia dúvidas. Era ali o habitat do peixe grande e feioso.

Subsistem, porém, dois mistérios que não consigo descobrir: como é que o peixe veio cá parar e o mistério do cardume dos 230.

Isto é muito aliciante para quem gosta de mistérios como eu e, como não quero ficar atrás do José Rodrigues dos Santos e de vários outros, já pensei em escrever um romance sobre o tema.

Para já ainda só tenho o título: "Código 230 - acabou o tempo".

Coronel

O segundo nome que se aprende a escrever é...

Assim se a importância que nós, as EMPREGADAS, temos na educação da humanidade!!

Miudita orgulhadita

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Afinal até o pão tem um museu

Espreitem-no aqui.

Por Miudita

A Fábrica de Leis

Ó mana...a menina tá sempre super distraída, realmente...
Atão a mana Bébé Lili acha que eu, euzinha, trabalho numa Fábrica de Leis?
Tou fartinha de lhe dizer que eu sou voluntária num centro de saúde de dia onde tão velhinhos, crianças e doidos...Pecebe? Não há meio da menina peceber isto...
O que eu faço lá são leis!
Leis são aqueles colares de flores do Hawaii que a menina até tem um que fui eu que lhe dei, lembra-se?
Sou eu que passo os dias a ensinar aos velhinhos e aos doidos como se enfiam as flores no fiozinho, e assim, e tal e coisa, e prontos.
Qrida, eu não trabalho numa fábrica!!!! Pelo amor da Santa...
A patroa

Não fale Deus connosco para que não morramos...



Neste intervalo metafísico dos feriados que nos dão ponte e antes de comemorar o dia mundial do pão de forma, pus-me a consultar o Exodus e outros bíblicos textos, entre os sete pecados capitais, com a luxúria, a avareza, a gula, a soberba, a inveja, a ira e a preguiça, e os dez mandamentos, na versão mosaica.




E lá recordei, de forma ascendente, que não podemos cobiçar coisas alheias, incluindo a mulher, a casa, o boi ou o servo do próximo, ou o marido da próxima, tal como não podemos levantar falsos testemunhos ou furtar, nem atentar contra a castidade por palavras e actos, além do não matar, do honrar pai e mãe e do lembrarmo-nos do dia de sábado. Fiquei pelos dois primeiros, do reconhecermos o senhor nosso Deus que nos livrou do faraó fascista, e do não podermos fazer imagens Dele, nomeadamente caricaturas dos seus profetas.




Deus, em sua grande misericórdia,disse: " Prestem atenção: vou fazer cair pão do céu. Todos os dias, vocês se levantarão e recolherão os pães". E foi o que aconteceu; os israelitas chamaram aquele pão de "maná". Deus também providenciou água para o povo.




E não percebi como alguns aplicam esse primeiro preceito do Decálogo às pequenas bizarrias do quotidiano, transcrevendo em calão, o não me venhas pedir satisfações, porque isso poderia abrir as portas aos dramas relacionais lá das alturas, com as vestais. Porque tudo quanto o chefe diz é lei das leis e também Ele não está sujeito à própria lei que dita em sua fábrica. Talvez porque no Exodus, lá vem um aviso: "não fale Deus connosco para que não morramos..."




Logo depois, os israelitas acamparam em volta de um monte, no deserto do Sinai. De repente, houve trovões e relâmpagos no monte; uma nuvem espessa apareceu, e ouviu-se o som de uma trombeta - um som tão alto que o povo estremeceu. E o Senhor, envolvido em fogo, desceu ao monte, e o monte inteiro tremeu.




Agora Deus não troveja nem relampeja, apenas está no meio da mesa. A não ser quando os servos do Senhor o interpelam e se esquecem que Ele lhes pode fazer a folha de parra, decepar-lhes os membros que os fazem locomover, arruinar-lhes a vidinha e proclamar-lhes o nunca mais serás ninguém. Só que Deus não fala em português, nem com pronúncia. É profundo demais para ser relatado em latim vulgar e até pode confundir-se com os falsos ídolos que levaram em cima com as pétreas tábuas da lei, com vírgulas e frases postas em comissão discreta, além da pontuação que, até então, era correcta, porque tinha um ponto final, sem intervenções insulares, eventualmente insolentes.




Deus mandou que Moisés subisse ao tope do monte e disse-lhe o seguinte: "Eu sou o Senhor seu Deus. Fui eu que o tirei da terra do Egito; que o libertei da escravidão". E enquanto falava, o Senhor escrevia os Dez Mandamentos numa tábua de pedra.




Por mim, lá fui, de pão de forma, deserto acima, a caminho da terra prometida, com Badajoz à vista, para, na curva de um qualquer chaparro, poder esperar a queda do maná. Ainda estou à espera, porque, com esse panífero produto, entrarei definitivamente no reino dos que não têm que aturar estadões em figura humana, ao cair do pano, depois da música celestial dos anjinhos papudos e póstumos. Juro que não foi nesta dita cuja, em busca da "lingerie", que me locomovi, como insinua a governanta, em cobardes cartas de denúncia.



Homem do pão, ainda sem recolher maná...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Conselhos


A Bébé Lili, foi atrás da itenerância do Coronel até terras de Espanha, para ver um novo modelito de automóvel que afinal não conseguiu ver.

Depois de muitas considerações acoselhou o Coronel de que o modelito actual é Belo, Potente e com Design.

Uma vez que o conselho que deu ao Coronel surtiu efeito, a Bébé Lili sente-se tentada a aconselhar a mana a manter-se firme e irta na fábrica das Leis, porque só ela como ninguém sabe como elas são feitas, continuando a ser a pessoa organizada e prestável, atributos que aliás, sempre lhe foram reconhecidos e que se enquadram perfeitamente em qualquer fábrica de Leis.

sábado, 6 de outubro de 2007

ROUPA SUJA

Olhem, nem sei o que diga...sei lá...isto tá um horror...
Foram-se todos embora e deixaram-me sózinha com a casa para arrumar. Feriados republicanos a uma sexta feira tinham de dar nisto, não é?

Ao que consta a Governanta continua em parte incerta, o Coronel teve outro ataque de nomadismo incessante e foi à procura do peixe pré-histórico, levando a minha mana Bébé Lili que só gosta é de passeios. A minha sempre fiel Miudita também teve um ataque dos nervos (como ela diz) e foi descansar sei lá para onde. O Homem do Pão nem fez a entrega, avisando que tinha um encontro de distribuidores de pão. Enfim...

Comecei a passear pela casa, a apanhar meias do chão, toalhas molhadas, jornais velhos e por aí fora e fiquei deprimida. Não estou habituada a estas coisas, pecebem? Acho que apanhei uma mialgia. A ver vamos se consigo fazer alguma máquina de roupa.

Comecei a pensar nas injustiças desta vida. Uma pessoa é boa para toda a gente e só porque os outros estão aborrecidos com a vida deles, ou seja lá o que for, deixam-me com o casarão às costas...Por outro lado, é verdade que o casarão ficou isento do IMI e que não nunca paguei uma multa de estacionamento...

Não sei, a mialgia deixa-me confusa. O melhor é continuar a ser quem sou.
Quanto a lavar a roupa suja, vou escolher o melhor programa e o melhor detergente porque a fazer as coisas, gosto de as fazer bem feitinhas...Pecebem?
A Patroa

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Dos dinossáurios excelentíssimos e profundamente piscíferos


Nas minhas pesquisas sobre o pão que o diabo amassou, deparei-me hoje com a identificação da espécie Coelacanthidae, quase contemporânea dos dinossáurios excelentíssimos. Trata-se de mais um peixe de águas profundas, mas com algumas especificidades. Conforme a ficha técnica: en fait, les caractéristiques anatomiques du coelacanthe en font un poisson différent des autres :
Ses nageoires paires, pectorales et pelviennes sont musculeuses et armées d’un squelette. Il les utilise en alternance à droite et à gauche.



Il possède un poumon à droite ; à gauche, il a dégénéré. Celui de droite est devenu un organe infiltré de graisse, allégeant ses déplacements à la manière d’une vessie natatoire.Ce poumon rappelle que les premiers poissons osseux avaient à la fois des branchies et des poumons.

Le coelacanthe nage entre 100 et 400 mètres de profondeur dans les eaux côtières.




C’est un poisson qui chasse plutôt à l’affût et se précipite sur toutes les proies qui passent à sa portée. Son régime est carnivore et il se nourrit notamment de poissons.

On sait peu de choses sur ses habitudes car quand un coelacanthe est capturé, il survit très peu de temps. Pris à l’hameçon, il se montre très combatif.
Homem do pão. em pesquisa de fósseis redivivos

O xenhor lá de xima ...

O xenhor lá de xima tá muito malito da cabexa. Coitadito.

Nã diz coisa com coisa, nem escreve coisa com coisa, e agora nem pensa coisa com coisa.

Eu até já fiz uma reza pra que aquilo melhore a modes que pra bem da naçom. Atão outro dia nã é caté foi malcriado ca nha Patroa!! Um traste!! Nã se faz!! A gente anda cá metida na nossa vidinha , né?, na lufa-lufa do dia-a-dia, a ver sos trocos dão pró pão, que tá cada vez mais caro, e nã é que sai o xenhor lá de xima a meter o bedelho pra onde nunca foi xamado.

Apre.

É que já nã é a primeira vez e isto tá a dar cabo da vizinhança.

Parece que come aqueles bichos esquisitos, que vêm lá das entranhas da terra. Disse-mo home do pão que também lhe vende o dito e caté é um home informado.
Devia era de se deixar de esquisitisses e cmer antes bacalhau com natas, queu já lho ofereci e tudo.
Nesta casa de doidos anda tudo desvairado, num virote pegado, e tudo por causa do xenhor lá de xima.
Ó meus deuses.

Miudita arreliadita

O nosso Coronel insinua aquilo que ele sabe que eu sei que ele sabe, embora não saiba tudo


O nosso Coronel insinua aquilo que ele sabe que eu sei que ele sabe, embora não saiba tudo, dado que, na minha estirpe, sempre tivemos a ver com o labuta do pão, desde enxadas de semeadores de cereal, a gestores de moinhos de água, passando por mais próximos antecedentes, amassadores, forneiros e vendedores do pão de bico, quando ele ainda era a quatro tostões e pão efectivamente político.Por isso é que não me tenho metido muito aqui nas angústias curativas deste blogue. Até porque mão amiga me fez chegar os dois trabalhos que fizeram o Salazar ser professor catedrático, sem nunca se doutorar. Curiosamente, têm a ver com o pão de farinha e com o pão nosso de cada dia: um é sobre a questão das subsistências e o outro sobre o regime cerealífero, onde ele propunha medidas que, depois, como governante, nunca aplicou, ao contrário do seu contemporâneo, autor de "Mein Kampf". Porque a questão do pão, ou da falta do dito, se segue dentro de momentos, depois da imensa procura de cereais por causa do biodiesel, o homem do pão anda a estudar a coisa, não vá surgir o pão que o Diabo amassou.


Homem do pão

Democracia televisiva

Toca o tufone e atende a miudita: Xenhora, é uma xondaje. Pra xaber xe cremos um referendo ao Tratado...
Diz que já temos 3 tevisões e nã precisamos de mais, krida.

Lá em casa temos 230 jornalistas que representam os eleitores. Quando queremos saber alguma coisa o governo vai às tevisões e conta, os partidos fazem conferências de imprensa e congressos em directo, e tudo se sabe pela comunicação social. Por outro lado, quando nos queremos queixar de alguma coisa, chamamos o nosso jornalista e eles fazem tanto barulho que o problema fica resolvido.

Democracia mediática é que lhe chamam, pecebem? Poupa-se imenso em deputados e parlamentos e em eleições e referendos e assim...

O meu deputado é o Rodrigo Guedes de Carvalho - escolhi-o, prontos!É óptimo. Muito melhor do que....como era mesmo o nome do outro? Aquele do parlamento? Ah, pois, não interessa nada... o parlamento fechou. Agora é um Centro Cultural...disseram-me que a programação é um horror...
A patroa

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Afinal, quem é o homem do pão?

Preciso de ter uma boa conversa com a patroa. Começo a desconfiar do homem do pão e a pensar que ele não é quem diz ser. É certo que traz o pão quando lhe pedem, mas troca as vianinhas pelas bolinhas e faz outras confusões muito suspeitas. Além disso, o homem do pão deveria ser assim um "mix" de moleiro tradicional com padeiro, mais ou menos coberto de farinha branca. Mas não. Ele anda sempre muito limpinho, traz o pão em sacos de plástico e não nos habituais sacos de pano. Aqui há mistério.
E o que mais suspeitas me traz é o facto de que ele sabe muito, de muitas coisas. Ora, pessoas que sabem tudo, até agora só conhecia o Prof. Marcelo e os barbeiros da província.
Reflectindo sobre todos estes dados, começo a pensar que o homem do pão é, afinal, um filósofo na clandestinidade.
Se as minhas suspeitas se confirmarem, é um bom auxílio para todos os doentes da cabeça, porque nós não somos doentes da cabeça por acaso. Alguém é responsável pela nossa doença, da qual só sabemos que é altamente contagiosa e já tomou a forma de pandemia universal.
O homem do pão pode ajudar-nos a identificar esses responsáveis e a lidar melhor com o problema.
A patroa deve saber alguma coisa.

Uma medida coerente

Não há nada como um Governo que cuida dos nossos interesses e está atento aos problemas do cidadão. Até agora, quando dávamos por falta da carteira, na maioria dos casos bastava ir ao caixote do lixo de certas zonas da cidade e a probabilidade de a encontrar e recuperar os documentos era grande. O conteudo, em numerário, esse não estava lá, como é óbvio.
Agora tudo vai ser mais fácil. O novo balcão "Perdi a carteira", anunciado recentemente, é uma notável evolução e uma medida coerente.
De facto, se de repente dermos por falta da carteira, há todas as probabilidades dela se encontrar na posse desses simpáticos organismos cobradores de impostos que nos levam tudo. Nada mais lógico que um balcão para nos resolver os problemas decorrentes das carteiras extraviadas. O problema agora é se o tal balcão terá capacidade para uma tarefa tão gigantesca. É que...somos mais de dez milhões sem a carteira.