quinta-feira, 29 de novembro de 2007

007 ordem para gritar JÁ CHEGA!



Pois é a Bébé Lili pensou, óptimo uma oportunidade para fugir aos futebois e às Taças todas. Um jantar num italiano com vista para o rio e um espetaculo perfomativo de qualidade mas afinal existem 29 versões do Cirque du Soleil e para cá veio o Delirium, nada a dizer, afinal o tema era a condizer com as moças. Mas logo de início a B. Lili e a Governanta deram pela coisa, media de qualidade abaixo dos sofriveis genéricos do James Bond, aquele com ordem para matar.Cantoras que desafinaram práticamente durante quase todo o espetáculo, ginastas de clubes de bairro (mas esses) mas não cobram aqueles €€€, um homem pendurado num balão e a Carmen Miranda sem conseguir sambar, os músicos nos cantos da boca de cena com medo de apareçer, e no final cantaram uma espécie Hino à Alegria, lançaram uns balões e disseram adeus.


Foi difícil conter a Patroa e a Governanta que riram a bom rir durante quase todo o espectáculo e a Miudita com os apupos, mas enfim haja alegria.

Bébé Lili

Ich weiss nicht was ich bin; Ich bin nicht was Ich weiss


O Homem do Pão, apesar de retido na sua viradeira, decidiu oferecer a todos os ilustres membros da confraria dos doentes da cabeça um recente produto, destinado a crianças com mais de seis anos, depois de ver a TMN, numa reportagem televisiva, visitar o Portugal Profundo, distribuindo gratuitamente o dito cujo a alunos de uma escolinha rural, fingindo que se tratava de uma invenção da nossa companhia berardizada, coisa que espanhóis e italianos também propagandearam como deles. Independentemente da multinacional imaginária que o lançou, a coisa parece vir a ter sucesso aqui na casa e até já se conseguiu, do Granadeiro, uma adaptação.
As teclas de marcação rápida vão funcionar apenas com dois números predefinidos, os da Patroa e do Coronel. A Patroa vai colocar na agenda a memória de 220 números, os únicos de quem se poderão receber chamadas e para quem também se poderão fazer as ditas. Com esta preconfiguração, apenas falta o recurso ao GPS da NDrive, onde haverá um localizador automático para o coronel, com mapa discriminativo dos restaurantes com sopa, bem como dos postos de distribuição de pão. Do mesmo modo, haverá um anexo PDA para a Miudita e a Governanta. A coisa principal apenas pesa 78 gr e terá cartão sem carregamentos obrigatórios e bónus pelas chamadas recebidas. Os acessórios, incluindo um pendente de acesso à Net, ficarão a cargo de cada um dos confrades.
E respondendo aos comentários insultuosos da Patroa, da Bébé Lili e da Governanta, nos postres abaixo, apenas digo o que um padeiro místico, de outras eras, Angelus Silesius, proclamou: "eu não sei o que eu sou; eu não sou o que eu sei". Pensavam apenas que era o Sócrates a dizer "só sei que nada sei"?
Homem do Pão, tossindo

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Agradecendo à Patroa e à Bébé Lili, os malabarismos


A maioria das "folles du logis", assumindo os respectivos galicismos, vai rumar, logo à noite, para as bandas do Pavilhão dito do Atlântico, a fim de exibir os respectivos malabarismos. Com efeito, depois do protesto da Bébé Lili, a Patroa e a Governanta decidiram excluir o Homem do Pão desta ascensão ao trapézio.
O subscritor, com um cobertor vermelho enrolado à volta do corpo, um chá de limão autêntico com mel, obtidos na mercearia da vizinhança, apesar de protestar contra a exclusão, apenas pode desejar que se mantenha o sol, mesmo sem circo, especialmente quando o frio começa a difundir seus enregelados cinzentos.
Daí que tenha decidido gravar em video os jogos de logo, para oferecer o dos dragões ao Coronel e o das águias, também ao Coronel, mesmo quando aqui em casa não há video nem sequer Sport TV. Daí que, para se vingar, tenha remetido para toda a blogosfera a imagem supra de algumas das nossas doentes da cabeça.
É evidente que estou a gozar. Ainda há bocado fui visto e revisto, virado e revirado por um douto clínico que espreitou barulhos do pulmão e pesquisou a garganta e o ouvidinho, concluindo que tinha aquilo que ele não viu, um viruzinho, ainda sem companhia bacteriana. Mandou-me de molho para cobertores, "sprays" pr'á faringe e um qualquer genérico anti-inflamatório.
Por isso, agradeço à Patroa, que está mais doente do que eu, a dispensa obtida. Por outras palavras, amanhã não há pão para ninguém.
Daí que sugira a receita que ouvi nas conversas da clínica. A empregada do consultório, chamemos-lhe Dona Helena, que até era simpática e tudo, dialogava gastronomicamente com uma doente, meio africana, que sofrera um acidente de trabalho no restaurante da outra banda, onde é cozinheira, lamentando-se por não saber fazer lasanha. A cozinheira, que se dizia especialista na matéria, apenas lhe acrescentou que, agora, toda a lasanha que fazia já estava feita e congelada.
A Dona Helena, face à inesperada possibilidade de recolher a receita, apenas respondeu que, sendo assim, preferia continuar na feijoada e o no bacalhau com natas.
Por mim, que sonhava uma conversa de picantes para a garganta, resta-me o "spray" antiviral e o Aulin. E bem me apetecia uma sopa de legumes com feijão vermelho, como aquela que explica todos os nomadismos do Coronel. Se alguém me conseguir indicar uma qualquer empresa que faça entrega domiciliária dessas iguarias sopíferas, agradeço. Amanhã, não há entrega de pão. Comam a massa chinesa com que os governantes de Pequim presentearam o Sócras.

domingo, 25 de novembro de 2007

A Mulher do Lixo

Nesta Casa sem governo, com seres de outros planetas com crises de nomadismo incessante, com almas do outro mundo a irromper em vaivéns espaciais, eis que surge uma nova personagem que lança novamente o caos.
Falo da Mulher do Lixo.


De repente, toda a nossa vida gira à volta desta figura misteriosa que repetidamente anuncia a sua chegada.
Eu sou uma pessoa paciente e diariamente preparo tudo como se a Mulher do Lixo fosse finalmente mostrar a sua cara. Sei que ela existe, pois foi colega da Miudita na costura e, certo dia, levei as duas ao Porto para verem outras modas.
Mas isto está a ultrapassar todos os limites.
A Casa não pode viver para a Mulher do Lixo.
Logo agora que a Patroa decidiu impôr uma dieta só de legumes aos doentes. Não há Governanta que consiga fazer quatro refeições de aipo, espinafres e alho francês. O Pão é permitido, claro! Mas ninguém gostou das sandes de esparregado.
A Miudita lá come uns filipinos às escondidas!
Nada a fazer. Continuamos à espera da Mulher do Lixo. E que a Patroa introduza na nossa alimentação alguma proteína.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Da confraria destes doentes, para a Miudita! Parafraseando João de Deus, mui marujamente





Com que então caiu na asneira
De fazer na quinta-feira
Tantos e tantos anos! Que tola!
Ainda se os desfizesse...
Mas fazê-los não parece
De quem tem muita miola!



Não sei quem foi que me disse
Que fez a mesma tolice
Aqui o ano passado...
Agora o que vem, aposto,
Como lhe tomou o gosto,
Que faz o mesmo? Coitada!





Não faça tal: porque os anos
Que nos trazem? Desenganos
Que fazem a gente velho:
Faça outra coisa: que em suma
Não fazer coisa nenhuma,
Também lhe não aconselho.

Mas anos, não caia nessa!
Olhe que a gente começa
Às vezes por brincadeira,
Mas depois se se habitua,
Já não tem vontade sua,
E fá-los queira ou não queira!

domingo, 18 de novembro de 2007

A ASAE MANDA FECHAR PORTUGAL

Foi o homem do pão que me contou as últimas actividades da ASAE, aqueles senhores a quem os ciganos atiram com pratos de sopa quente cabeça abaixo, quando eles os vão chatear às feiras (as sopas também não respeitam as regras da sanidade, claro).
Já mandei a criadagem fazer as malas porque vamos para uma quinta que temos para os lados de Badajoz. Suspeito que para o próximo fim de semana a ASAE manda fechar Portugal por falta de condições de limpeza e de qualidade do serviço.
Esta fábrica de PIB, como diz o Coronel, para a qual eu não contribuo, que fique benzinho, que a gente volta quando ela reabrir, sim?
A patroa

"Vocês podem dizer: 'Este David Lynch é maluco, mas vamos lá experimentar, a ver o que sucede'."


Durão vem agora confessar que foi enganado pelos espiões por ocasião da invasão do Iraque. E assim lava as mãos como Pilatos, porque graças a todos esses equívocos não foi ele o bombardeado e sempre há água benta que tira o mau cheiro a águas chocas. David Lynch vem ao Estoril apelar à meditação transcendental e a ASAE fecha a Ginjinha do Rossio, enquanto Luís Filipe de Menezes apoia a passagem de Almerindo Marques para as Estradas de Portugal, apesar de muitos andarem a promover a candidatura do gestor do regime a presidente da ASAE, dado que importaria encerrar o estabelecimento da República Portuguesa, SARL, depois do que temos ouvido de Catalina Pestana, Maria José Morgado, Alípio Ribeiro e Pinto Monteiro. Os tais que aparecem nos telejornais dissertando sobre as vírgulas do Código do Processo Penal, o combate ao terrorismo pela rectaguarda e o excesso de escutas da telemóveis não encostados a aparelhos de televisão.

Porque o Sporting levou três do Braga. O Porto levou dois do Estrela nos últimos cinco minutos do jogo. E o Benfica esqueceu-se do Celtic, graças às circunstâncias pouco loureiras do Boavista. Para que João Soares apoie Chávez, contra Juan Carlos e o Opus Dei dê razão a Bento XVI, no seu puxão de orelhas ao nosso esquema clerical. Vale-nos que a Judite já prendeu o bando do "aperta o papo", que a tasca da Badalhoca no Porto ainda vende pestiscos de dobrada e que ainda há restos de sol de Verão.


Vale-nos que lá para os lados da terra de Bandarra, o Gonçalo Annes, apareceram uns apitos douradinhos, apanhados em flagrante sem ser de litro, enquanto a Ordem dos Médicos se recusa a alterar o respectivo código deontológico por causa da nova lei da IVG. Por seu lado, Pedro Namora diz que não falou com a directora Madeira da Casa dita Pia, porque esta foi nomeada por um ministro que é amigo de dois anteriores ministros que o irritam. Já em Aguiar da Beira um cidadão morreu intoxicado por arsénio que circulava impune na água da rede pública.


A Televisão, nos intervalos, vai transmitindo cenas do balneário da nossa selecção, com toda ela mobilizada por orações onde Scolari apela à virgem de Fátima. Talvez por isso é que os ditos se fiaram na mesma e não correram contra a Arménia, a tal terra esquisita donde nos veio o Charles Aznavour e o senhor Calouste Gulbenkian. É por isso que vale a pena notar o que o nosso consócio Lynch veio dizer ao Estoril:


Estava previsto queo cineasta dedicasse meia hora a uma conferência de imprensa, e depois uma hora a uma masterclass sobre 'A Arte, a Vida e a Meditação Transcendental'. Só que, na conferência de imprensa, Lynch falou quase todo o tempo sobre MT, e decidiu transformar a masterclass numa sessão de perguntas e respostas, em que se falou de cinema, da vida, de Inland Empire e Mulholland Drive, os seus dois últimos filmes, da série Twin Peaks... e de MT, sempre que se proporcionava.


Segundo Lynch, a MT "não é uma religião. É uma técnica de meditação que abre as portas que nos levam ao mais profundo dos estados da consciência". isto porque "estamos na superfície da vida, todos temos consciência, mas nem todos temos o mesmo nível de consciência". Ao praticarmos a MT - descrita por Lynch como "uma claridade doce e eléctrica, que traz ondas de felicidade" - podemos atingir não só o já referido "oceano de consciência sem limites", como também a "paz real". Que o realizador define não como "a ausência de guerra, mas como a ausência de negatividade, que contém as sementes da guerra".


Lynch pensa ainda que a MT é também "dinheiro no banco para os artistas, e a sua ferramenta número um". E porquê? Porque "traz mais criatividade, felicidade e disponibilidade, e afasta a negatividade, que é como veneno para os artistas".


Transcendência, consciência e negatividade à parte, David Lynch revelou que as ideias para os filmes lhe surgem sempre "em fragmentos", disse que "depois de ter descoberto as câmaras digitais em Inland Empire, ficará doente se tiver voltar a rodar outro filme em celulóide", frisou que o cinema "não é só uma coisa intelectual, é também uma coisa da intuição", aconselhou os aspirantes a realizadores a serem "sempre fiéis a eles próprios, nunca aceitarem um não como resposta, nunca abdicarem do final cut e nunca rejeitarem uma boa ideia", e profetizou que a Internet "será a casa de tudo no futuro, se se resolver o problema da pirataria". E antes de rumar ao aeroporto, foi à Aldeia SOS de Bicesse hastear uma "bandeira da invencibilidade" da MT, ao som do Hino Nacional.


O Homem do Pão






quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Revelação

Tinha a maior esperança de poder conservar por muito tempo o meu segredo. Talvez até ao regresso à minha origem. Mas um facto inesperado veio alterar tudo. Há poucos dias, um grupo de pessoas de insuspeitável credibilidade, constituído por cientistas, astrónomos, pilotos militares e civis e observadores de fenómenos estranhos, reunidos nos EU, produziram um documento exigindo ao governo norte-americano a reabertura das investigações sobre OVNIS e a revelação dos segredos que mantêm reservados.
Não me restam dúvidas de que, mais cedo ou mais tarde, eles vão descobrir quem sou e ainda corro o risco de ser usado como material de pesquisa cienífica.
Colocado nesta situação, entendi que devia ser eu a fazer-vos a revelação: sou um extra-terrestre. Sim, aquele a quem vocês com grande simpatia chamavam de Coronel, é um extra-terrestre.
Espero que esta surpreendente revelação não altere a nossa amizade. Afinal, também vocês, pelas qualidades que têm, podiam muito bem ser extra-terrestres. O que só prova que a amizade não conhece galáxias.
O meu planeta fica mais ou menos a meio caminho entre Andrómeda e Vega. Segundo o vosso sistema de medição de distâncias são cerca de 400 milhões de anos-luz.
Desde há milhares de anos (usando também o vosso padrão de medição do tempo) que dispomos de toda a informação sobre o planeta Terra. É um registo completo de todos os factos, pessoas e acontecimentos do vosso planeta, armazenado num super-computador.
Esta máquina sempre forneceu informação correcta, precisa e sem erros, mas nos últimos anos começou a debitar sistematicamente dados incoerentes, alguns mesmo absurdos e irracionais, como se o vosso planeta tivesse enlouquecido.
Fui então enviado à Terra com a missão de analisar até que ponto os dados de que dispunhamos necessitavam de ser alterados, tal a confusão que provocavam ao computador.E foi assim que entrei no Blog Doentes da Cabeça. Seria o melhor caminho para para compreender o que se estava a passar e cumprir a minha missão. Todas as probabilidades apontavam para que a doença das vossas cabeças fosse uma síntese do fenómeno dos estranhos fenómenos ocorridos na Terra em tão pouco tempo.
Dito isto, penso que terão curiosidade em saber o motivo porque escolhi o vosso país para as minhas investigações. Na verdade, a escolha não foi minha. Segui as indicações do computador e este indicava Portugal como o país onde se registavam maiores afastamentos dos parâmetros de normalidade.
Concluida esta explicação, sinto que a amizade que todos me têm dispensado, obriga a que compartilhe convosco o resultado das minhas investigações.
Para já, cheguei à conclusão que o vosso país gira à volta de duas fábricas: a Fábrica das Leis e a Fábrica do PIB, que têm entre si uma relação orgânica total.
Mas existe algo de estranho. Uma tem 230 trabalhadores enquanto a outra tem cerca de 5 milhões. Para mim isto é muito difícil de entender, mas deve ser aquilo de que ouço falar constantemente e a que chamam as "assimetrias" do país.
Como a noite vai muito adiantada, amanhã, se me for possível, revelarei o essencial das conclusões que tirei e o próprio relatório que vou enviar aos meus superiores.

O meu planeta

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O novo pinheiro do Norte da Europa


Este fim de semana ouvi um empresário do Algarve, holandês, cujo negócio é exportar plantas para o norte da Europa, dizer: O que está a dar é vender palmeiras para os países nórdicos, se eles pudessem ter palmeiras no jardim acham que tinham pinheiros?
Fiquei esclarecida sobre quem anda a estragar a paisagem europeia. Imagino já os países escandinavos cheios de lindas palmeiras decoradas no Natal com neve e luzinhas no Natal. Deve ser tão lindo...
PS - Como podem ver estou a tentar baixar o nível dos meus postres, visto alguns doentes se terem queixado de não alcançarem o seu conteúdo. É uma maçada, uma pessoa ser culta e só se dar com criadagem...Não pecebem nadica de nada, é o que é.
A patroa.

domingo, 11 de novembro de 2007

Toda a palavra de Deus (bem mastigada), em noite de São Martinho...



A esmagadora maioria destes doentes da cabeça decidiu comemorar a passagem do São Martinho, com uma ida ao teatrinho do Chiado. E dois deles até ascenderam ao palco, para viajarem na Arca de Noé. Assim se assinalaram as declarações de Bento XVI sobre a nossa desorganização eclesiástica e o consequente problema de mentalidade, ao mesmo tempo que se congratularam com a atitude do rei de Espanha, ao mandar calar Hugo Chávez, na cimeira ibero-americana do Chile, onde Cavaco e Sócrates saudaram os dez por cento da Galp no buracão do poço Tupi, ao largo das costas da Terra Brasil, dita de Santa Maria.

Ficámos todos impressionados com a hipótese de Nuno Álvares Pereira ser finalmente canonizado, impedindo que a ASAE venha a fechar a Igreja de Campo de Ourique, hereticamente dita do Santo Condestável, embora todos lamentassem a circunstância de os três pastorinhos não conseguirem suficiente cunha de D. Saraiva Martins para subirem ao altar.

Que nisto de santos e santinhos, andamos pior do que nas taxas de desemprego e de inflação, e tanto o FMI como a UE não fazem previsões de rápido crescimento na sagrada congregação. Aliás, há quem desconfie mesmo que alguns dos nossos santos sejam mesmo portugueses. Santo Antoninho é reclamado por Pádua e Prodi, a Santa Beatriz de Campo Maior dizem que é espanhola, o São Francisco Xavier é definitivamente basco, mesmo sem ameaças da ETA, e a própria Rainha Santa, com tantos problemas de adultério, do plantador do pinhal de Leiria, não deixa de ser aragonesa.

O Santiago, que era matamouros, ficou-se na Galiza e, para nos ajudar na reconquista e na resistência, tivemos que pedir ajuda à aliança luso-britânica e invocar São Jorge. De São João de Deus e de São João de Brito, apenas resta a memória de duas igrejas lisboetas, a Santa Maria Adelaide, lá para os lados de Gaia, ainda não teve direito a carimbo do Vaticano, a Soror Maria Alcoforado é o preciso contrário dos mandamentos da lei de Deus e até o bom Padre António Vieira foi vítima da Inquisição. Por outras palavras, restam-nos outros encontros imediatos com a divindade, da Senhora da Rocha à Senhora de Fátima, embora nenhum papa tenha feito peregrinação a Carnaxide. Porque até a aparição de Ourique, com as cinco chagas do escudo nacional, foi injustamente considerada como "fake" pelos historiadores dominantes.

Cá por mim, Homem do Pão, pouco dado a hóstias e a consagrações, mas frequentador, por dever de ofício, da procissão do Corpo de Deus, resta-me comemorar, muito patrioticamente, o dia de Todos os Santos, antes de passar para o dos Fiéis Defuntos e o natal pagão. Por isso é que me ri a bandeiras despregadas com a encenação do Juvenal Garcês, onde toda a palavra de Deus (sintetizada) foi, de facto, uma comédia de bradar aos céus, até na tradução do original inglês, sem muito calão. Porque, sempre podemos acabar a noite no herético templo da cervejaria Trindade, com a governanta trincando croquetes e a jogar no PDA, a miudita a massacrar um quarto de prego de lombo sem espinhas, a patroa a recordar que ajudou a Simone de Oliveira a não cair nas escadas do estúdio e cá o Homem do Pão, a mastigar tremoços, misturando-os com cola da coca, de grau zero. Infelizmente, as castanhas não ficaram quentes nem boas, porque estavam esgotadas no LIDL e a ASAE tinha acabado de encerrar o Jumbo, porque a poeira das obras afectava os víveres e avariava os televisores.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Governo analisando o relatório da última junta médica que não teve direito a compaixão ministerial


Conforme pode ler-se num jornal do Norte profundo, a funcionária da Junta de Freguesia de Vitorino de Piães, em Ponte de Lima, teve de se apresentar ontem ao trabalho, por indicação dada, na sexta-feira passada, pela Caixa Geral de Aposentações. Na sede da Junta de Freguesia, Ana Maria Brandão limitou-se a ficar sentada numa cadeira, encostada à parede, juntamente com o seu pai, que a ajudou a deslocar-se para o local de trabalho - "ela não consegue andar mais de 20 metros sozinha", disse. Tudo começou numa operação mal sucedida a uma hérnia discal, em 1998, deixando para trás uma vida cheia. Foi criadora do grupo de folclore da freguesia, catequista e membro de um grupo coral.Hoje, tão-pouco consegue "lavar-se ou vestir-se sem ajuda", refere o relatório da sua médica de família. Por seu turno, um relatório do INC (Instituto de Neurocirurgia) de 22 de Janeiro, indica que se trata de uma situação "crónica, sem melhoria e que a incapacita para a sua actividade profissional". Um outro relatório da Clínica de Psiquiatria indica um "síndrome depressivo". Para os devidos efeitos, se junta fotografia do ilustre governo do país, analisando o relatório da última junta médica que não teve direito a atempada compaixão ministerial.

Um novo deus


Á uns dias abriu ali no bar do Tó Zé uma nova igreja onde eu agora vou às rezas. Pois é ali que encontro sucêgo e lavo a alma (e as vistas pois é quase como ir a um jogo da bola).É a igreja Maradoniana que é munto boa e ajuda os doentes da cabeça e faz milagres. A gente tem é que dar sempre algum mas é tudo pró bem e a gente anda cá pró bem. Quem quiser se inscrever pode usar este imeil: iglesiamaradoniana2001@yahoo.com. Maradona é deus. É o nosso deus.


Vejam lá so Tó Zé não fica tão bem de padre. Tal qual um verdadeiro pastor.


Miudita

A Culpa é casada e tem filhos

A minha quida e fiel governanta acha que a culpa não é do trânsito.
Quer dizer, uma mulher normal, sem estar bebida nem drogada, pela fresquinha, não pára no sinal e albarroa outras 3 mulheres...tem de ter uma explicação qualquer...sei lá...
Eu tenho as minhas suspeitas. A culpa é casada e tem filhos piquenos. Tem de lhes dar comida, limpar, vestir e transportar para todo o lado, de pensar no seu futuro desde bébés para assegurar que têm lugar nas sucessivas escolas e tempos livres, reflectir sobre se são hiperactivos, bipolares, indigos ou superdotados, etc, etc. Para além disso, eles não se calam e não param e são um perigo para tudo o que lhes está próximo e para eles próprios.
Quem tem cabeça para reparar em sinais vermelhos? olhos azuis? sentidos únicos? traseiros arrebitados?
Não me digam que, no campo ou na cidade, é tudo igual. Primeiro, no campo as crianças são tratadas como crianças e não como pequenos seres que encarnaram o Dalai Lama. Segundo, no campo não há tantos semáforos.
Para as que não têm filhos, a vida torna-se mais fácil é certo mas compensam a sua ausência com a dedicação ao verdadeiro Dalai Lama ou a substitutos que lhes ocupam quase o mesmo tempo. No campo não há cá dessas coisas...
Quida, veja como a nossa vida muda quando vamos viver pra nossa casa do campo...é ou não é?
A Patroa

O Cabeleireiro e a Fidalguia

Tou...Fernandinho? Atão o menino já sabe do cabeleireiro que tem uma fixação por marquesas e duques? Aquele que veio substituir o arquitecto...O que ele gostava era de ouvir uma das nossas conversas, mas nós não temos nada a esconder, pois não meu quido?...nem aquela parte da sua mãe o vestir com folhos cor de rosa quando o menino era piqueno. Ora, Fernandinho, toda a gente sabe disso...
Mas olhe lá, ele meter-se com a fidalguia não é nada bom, não acha? Ainda pode começar a meter-se na Casa Pia e isso nós não queremos. Sim, que bem sabemos que tudo começou com o Ti Alfredo Marceneiro, Caldeira de nome, Marceneiro de profissão. O Ti Alfredo meteu-se com a nossa quida Condessa da Figueira (a verdadeira fundadora do Casino do Estoril, uma viciada em canasta e uma doidivanas) e teve aquele filho, Pedro Caldeira, um desgosto, foi o que foi...Esse rapaz ficou com o dinheiro ao Carlos Cruz e para se redimir, disse-lhe: Oh, filho, tu com o teu know how, devias era fazer filmes com os piquenos da Casa Pia. Eles são bons moços que o meu pai Alfredo andou lá, sofreu um bocado, pois sofreu, mas alcançou o estrelato.
Vai daí, o Carlos Cruz endividado, começou a fazer fitas com os miúdos.
Quando aquele moço, filho do Fernando Namora, deu com a língua nos dentes, ohps, foi uma escandaleira, pecebe...mas ainda se levou para a veia romancista do pai...e toda a gente de bem "abafou" a coisa, em honra da memória do Ti Alfredo, tá a ver, não tá?
Foi aí que entrou em cena a filha da Laura Alves e do Vasco Morgado. A Mizé Morgado frequentava o Monte Carlo por via dos pais e lá encontrou o revolucionário Sanches que, em honra desse encontro, adoptou o nome Saldanha. O casal Saldanha Morgado Sanches, também conhecido por "Mata e Esfola" pretende dar cabo da figalguia e, acima de tudo, da memória do nosso quido, Ti Alfredo. Isso Fernandinho, é algo que não podemos tolerar!
Por isso lhe digo que, para as próximas festas, convide-os sempre. Pecebe?
Já agora, faça como eu! Passe a ir ao cabeleireiro de que lhe falei no principio da nossa conversa e que tem uma fixação por nós (por si, que é Marquês, que eu sou Condessa...). No Natal damos-lhe um telemóvel novo, daqueles que não fazem barulhos, sim? Beijinhos...
A Patroa

domingo, 4 de novembro de 2007

A Culpa é do Trânsito?

Não.
Olhem o dia sem carros. Não se passa nada.
Eu sei que não é o trânsito. Acordo cedo para ir à praça abastecer a Casa. Não há trânsito.
O problema não é o trânsito.
Nem carro os Patrões me deram. Mas dão-me dinheiro para o taxi, é verdade.
Talvez o telemóvel, os blogues, a fast food, os óleos desfrisantes.
Não deitem as culpas para o trânsito.
A Governanta