quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Entre os buracos e as quotas de maruca


Cá o Homem do Pão, o tal que não diz coisa com coiso, andou muito atarefado com fornecimento de tanto pão às cimeiras e só agora arranjou um intervalinho para, depois da inauguração de mais um buraquinho, vos ajudar no incompreensível. Vim, ainda ontem, de mais uma festa inaugural, lá para as bandas de Santa Apolónia, que o túnel afinal abriu, dez anos depois, depois de tanta água que meteu e deixou meter no buraco das empreitadas e das burocracias do betão. Porque, esburacados o Terreiro do Paço e a Ribeira das Naus, lá se acabou o troço que prometia chegar às obras de Santa Engrácia, com o "Jamais" a conseguir entrar na placa fundacional da coisa, ao lado do Engenheiro. Resolvidos os túneis do Marquês e do Terreiro, falta apenas afinar o do Rossio e os restantes buracões financeiros dos Paços e Passos do Concelho, para que, finalmente, se possa atravessar toda a capital debaixo do chão.


Infelizmente, não me convidaram para dar pão à reunião do conselho das pescas que durou ontem até às seis e quarenta da madrugada, porque poderia levar pastelinhos de bacalhau ao ministro Jaime, o tal que, depois da maratona, nos veio garantir que, apesar do bacalhau passar a ter menos quotas, vai ser mais cá para nós, para gáudio dos merceeiros da Rua do Arsenal e facturação dos Tios Belmiro e Amorim, dos continentes, modelos e dolces vitas, amigos da ASAE e dos azelhas. Que também vamos ter mais pescada, mais carapau e mais tamboril, apenas nos lixando com a maruca, depois dos putos da Greenpeace e da Juve Leo os tentarem emparedar, mas sem perceberem que, pelo tratado consolidado, foi decretada a aplicação da Rede Natura às fossas submarinas. Pois. O multilateral comunitário pode ser driblado pelo bilateral luso-norueguês, até porque já pescávamos o fiel amigo na Terra Nova antes de ter surgido o Canadá, assim se confirmando o nosso direito de primazia e coxa sobre os oceanos e as marés da república universal.


Logo, os pescadores, arrastões, armadores e mais do "fish", os tais provincianos que contestam estes acordos, sempre têm um recurso disponível: podem fazer a pirueta do "opting out" e pedirem, em referendo, a nossa saída da UE-UÉ. Pois sempre podem constituir uma Grande Armada que, invencivelmente, transporte emigrantes clandestinos de Marrocos para as praias de Espanha, com passagem pelas areias da Culatra, para que o tiro do salto possa seguir em frente.


E mais não digo, que, nisto de doentes da cabeça, nada melhor que o presente dado pelo governo aos funcionários públicos, que passam a ter direito ao subsídio de desemprego. Mas antes vão ter que começar a descontar para o dito, a partir de Janeiro, para que possam beneficiar de um direito que não tinham, dado em troca de um direito que deixaram de ter. Logo, sempre podem ir, como todos os outros, para um sítio que contratualmente não lhes era concedido: o olho da rua, que é também onde agora têm direito à fumacinha. E mais não digo das coisas deste Coiso. Já li os anteriores comentários do anónimo que, posteriormente, se identificou em alcunha...

1 comentário:

Anónimo disse...

Acho que vou acrescentar outra prenda. Se o homem do pão fizer um postre ou um coment curto e compreensível ganha o estatuto de "empresário do ano de 2007".