sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

coisas simples da vida

A vida tem coisas simples que eu gosto:
Salvar pessoas de hecatombes ou de desastres em cadeia ou de aviões que caem ou de animais gigantescos que aparecem na cidade.
Fazer desaparecer terras ou países que só criam problemas e que andam sempre em guerra uns com os outros (se uns países podem ganhar independência porque é que outros não podem desaparecer?).
Falar com mortos, ver mortos, falar sobre mortos, contar mortos, tudo sobre mortos.
Sobreviver à vida que dá cabo de mim e me quer matar.
Rir de todos os disparates que digo.
A Patroa

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Desafio aceite!


- Gosto da coisa!

- de festas de fim de ano devidamente

- de sapatos da Fly London (de preferência estilo Minie

- das minhas melhores férias de sempre, (que não digo onde foram).
- de viajar.

- da tradição.

- de pintura e escultura.

- de música.

- de azul.

- de socializar.

- de aprender Mandarim.

- de chineses.

- de todos os animais.

- das crianças

- da Amália Rodrigues.

- de Alfama.

- de feiras alternativas.

- do mar.

- de apanhar vento nos tótós

- de dizer não.

- de receber convites.

- de falar ao telefone.

- da música daquele homem que arranja facas, tesouras e chapéus.

Mas não me peçam para dizer aquilo de que não gosto o Blogue não está preparado para tal coisa.

Bébé Lili

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

E para algo completamente diferente...

As coisas que nós gostamos da casa, para além do Lopes Graça e do Saramago:


- as mensagens sobre a Coisa;

- a linguagem gestual;

- a vida sexual de quem já não está entre nós;

- o Benfica-Sporting;

- as ameijoas sujas;

- as festas não temáticas;

- os nómadas;

- as pessoas que aparecem;

- as telenovelas (excepto o último episódio).


Ora, está lançado o desafio.

A Fiel Governanta

Coisas que não mudam...

O folcore muda, o défice muda, as cores dos cabelos mudam, as estações mudam, nós mudamos (um bocadinho de vez em quando).

A Coisa não muda. Talvez nos tempos dos dinossauros não houvesse bacalhau. Pois, não sei. Não era eu que fazia as compras.

Há pequeninas mudanças, mas a essência da Coisa não muda. E lá fui eu abastecer a Casa, cada ano mais exigente. Vestir-me de Coiso para a Bébé Lili. Como diria a minha boa Senhora - e tudo e tudo.

Pois agora - como costumamos fazer quando finda a Coisa - rumaremos para paragens exóticas e alguém há-de assumir a tarefa árdua da governança. Ou não, o que não faz mal nenhum a este mundo em constante devir.

A Governanta

Coisas que mudam

Minhas kidas amigas serviçais, mana Bébé, Coronel e Homem do Pão.
Tenho tido tantas saudades vossas.
A única coisa que me ocorre dizer neste momento, acabei de ouvir na televisão, que sou eremita mas vejo RTP Internacional:
"O folclore está sempre a mudar."
Essa é que é essa. A senhora sabe o que diz.
A vossa patroa

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Entre os buracos e as quotas de maruca


Cá o Homem do Pão, o tal que não diz coisa com coiso, andou muito atarefado com fornecimento de tanto pão às cimeiras e só agora arranjou um intervalinho para, depois da inauguração de mais um buraquinho, vos ajudar no incompreensível. Vim, ainda ontem, de mais uma festa inaugural, lá para as bandas de Santa Apolónia, que o túnel afinal abriu, dez anos depois, depois de tanta água que meteu e deixou meter no buraco das empreitadas e das burocracias do betão. Porque, esburacados o Terreiro do Paço e a Ribeira das Naus, lá se acabou o troço que prometia chegar às obras de Santa Engrácia, com o "Jamais" a conseguir entrar na placa fundacional da coisa, ao lado do Engenheiro. Resolvidos os túneis do Marquês e do Terreiro, falta apenas afinar o do Rossio e os restantes buracões financeiros dos Paços e Passos do Concelho, para que, finalmente, se possa atravessar toda a capital debaixo do chão.


Infelizmente, não me convidaram para dar pão à reunião do conselho das pescas que durou ontem até às seis e quarenta da madrugada, porque poderia levar pastelinhos de bacalhau ao ministro Jaime, o tal que, depois da maratona, nos veio garantir que, apesar do bacalhau passar a ter menos quotas, vai ser mais cá para nós, para gáudio dos merceeiros da Rua do Arsenal e facturação dos Tios Belmiro e Amorim, dos continentes, modelos e dolces vitas, amigos da ASAE e dos azelhas. Que também vamos ter mais pescada, mais carapau e mais tamboril, apenas nos lixando com a maruca, depois dos putos da Greenpeace e da Juve Leo os tentarem emparedar, mas sem perceberem que, pelo tratado consolidado, foi decretada a aplicação da Rede Natura às fossas submarinas. Pois. O multilateral comunitário pode ser driblado pelo bilateral luso-norueguês, até porque já pescávamos o fiel amigo na Terra Nova antes de ter surgido o Canadá, assim se confirmando o nosso direito de primazia e coxa sobre os oceanos e as marés da república universal.


Logo, os pescadores, arrastões, armadores e mais do "fish", os tais provincianos que contestam estes acordos, sempre têm um recurso disponível: podem fazer a pirueta do "opting out" e pedirem, em referendo, a nossa saída da UE-UÉ. Pois sempre podem constituir uma Grande Armada que, invencivelmente, transporte emigrantes clandestinos de Marrocos para as praias de Espanha, com passagem pelas areias da Culatra, para que o tiro do salto possa seguir em frente.


E mais não digo, que, nisto de doentes da cabeça, nada melhor que o presente dado pelo governo aos funcionários públicos, que passam a ter direito ao subsídio de desemprego. Mas antes vão ter que começar a descontar para o dito, a partir de Janeiro, para que possam beneficiar de um direito que não tinham, dado em troca de um direito que deixaram de ter. Logo, sempre podem ir, como todos os outros, para um sítio que contratualmente não lhes era concedido: o olho da rua, que é também onde agora têm direito à fumacinha. E mais não digo das coisas deste Coiso. Já li os anteriores comentários do anónimo que, posteriormente, se identificou em alcunha...

Os Doentes desejam Feliz Coisa aos seus estimados leitores

Miudita

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Boas acções para a COISA

Agora que a miúdita está no caminho certo podemos começar a pensar em boas acções para a época da Coisa.
Ouvi dizer que existe uma organização na qual os seus membros têm de praticar alguns actos para poderem progredir de nível, tipo, para passarem para o nível 2 têm de profanar um cemitério judaico, para o nível 3 têm de matar um negro e por aí fora. Então não é uma excelente ideia para motivar as pessoas? Prémios de mérito, dentro do género, claro....
Proponho adaptarmos o mesmo sistema nesta quadra, que isto de dar prendas a todos, tem de acabar. Só recebe quem se esforça. Não se pode ficar deitado num colchão à espera dos rendimentos, como diz o Cristiano Donaldo, neto da Vóvó Donalda...
Por exemplo, quem conseguir perceber um postre ou um comentário do homem do pão recebe um ovo de chiclate com o nodi. Quem for ao supermercado e comprar todas as minhas compras durante um mês, recebe uma garrafa de espumante bruto. Quem matar um contratado da EMEL recebe um cheque da FNAC para CDs durante 6 meses, se matar um funcionário da EMEL o cheque para CDs passa a 12 meses (é porque os contratados só podem passar multas piquenas mas os funcionários já podem passar multas de 30€...ah, pois é, bébé, não sabiam? ficam a saber...e não existe diferença aparente entre eles...). Quem profanar uma árvore da Coisa ou um Coiso dos shoppings recebe bilhetes para ir à bola. Se matar o Presidente, treinador ou jogador essencial da equipa que jogar contra a minha, tem uma viagem para as Bahamas - só de ida.
Estas são apenas algumas das boas acções que se podem fazer nesta quadra mas sei que me podem surpreender e não há nada como uma boa surpresa, para receberem uma boa prendinha...
Certo?
Da patroa que é vossa amiga

Espírito da Coisa

Por Miudita

Da série: porque é que a Miudita não se importa com a Coisa

Já sei porque é que a Miudita não se importa com a Coisa.
Porque, na sua condição de Miudita, não tem que comprar presentes, tal como a Governanta, nem sequer tem que se preocupar com o frio de rachar, com os restaurantes cheios, como a Patroa. Para ela não há confusão de trânsito, não há shoppings entupidos de gente, não há restaurantes atulhados, não há filas para embrulhos... A Miudita vive na terrinha do leitinho com mel, com carrocéis de chávenas de chá, com ponéis que não cheiram mal, com flores e passarinhos. Na terra do leitinho com mel é tudo mui lindo, mui fácil, muito amor, muita paz, muita amizade.... Esta Miudita é mesmo de outro mundo.
Por Miudita (ela própria).

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Sabotadores da Coisa

«Diz não às tradições de Natal que não interessam nem ao menino Jesus. Junta-te a nós e vem lutar por um Natal diferente, sem perú nem bacalhau, sem filmes a cheirar a mofo e sem presentes iguais há dez anos.
Sim, o paraíso existe!!!»

Da Miudita (especialmente para a Patroa e a Governanta)

A vida em tempos da Coisa

A miúdita deixa-me preocupada.
No outro dia perguntou-me sobre alguém: mas também é bipolar como nós?
Agora, esta coisa do amor à Coisa, que eu desconhecia...
Afinal a miúdita é uma infiltrada?
Eu própria, depois de longos sofrimentos a renegar e a insurgir-me contra a Coisa, atravessei um período em que invocava as minhas diferentes religiões sem sucesso, passando agora a hibernar uma semana antes da Coisa assumir o seu auge.
Nesta época, a minha vida também não é fácil. Embora fechada em casa, os problemas perseguem-me. Está um frio de rachar. O trânsito está que não se pode. Não se pode ir comer a lado nenhum porque os restaurantes estão cheios. Não se pode marcar nada com ninguém porque todos estão na Coisa e vão passar a Coisa para a terra do leitinho com mel. Se precisamos de comprar uma coisita de nada, temos de enfrentar uma fila enorme de gente a comprar coisas para a Coisa que querem embrulhar em papel de Coisa. E tudo, e tudo, e tudo...
Não, minha krida miúdita, não somos nós que somos bipolares, a vida é que não nos ajuda.
A Patroa

domingo, 16 de dezembro de 2007

O Coiso não existe por culpa dos três porquinhos

Miudita

A Coisa

Eu entendo a Miudita que é novita e ainda não tem entendimento sobre a Coisa. Ela vê as estrelinhas, as luzinhas, o Coiso a distribuir prendinhas. E pensa que é verdade que a vida é tal e Coisa.

Ora, como Governanta, Presidente do Sindicato das Governantas da Região de Lisboa e Vale do Tejo, a perspectiva é outra.

No cumprimento de ordens superiores, atravessei a cidade (a pé) para encontrar a Palmeira da Coisa para alegrar a Casa.

Lentamente, a Casa enche-se de coisas da Coisa e não é o Coiso que compra as coisas. Acreditem em mim: o Coiso não existe.

Tudo para quê? Para gastar dinheiro, para andar aos encontrões com as pessoas, para receber coisas que não queremos, para ter repetidas conversas sobre como vai (e com quem vai) ser a Coisa.

Manifesto o meu repúdio contra a periodicidade da Coisa, apesar da folga que os Patrões me dão sempre.

Não quero mais camisas de dormir, nem botinhas de lã.

O Coiso inexistente que fique mais quietinho lá no seu país das Palmeiras e trate lá da casa dele. Na nossa Casa não é preciso mais nada, graças a Deus(?).

Coitadinha da Miudita, os desgostos que eu lhe dou. Mas é para o bem dela.


A Governanta

Da série: Porque é que a Miudita gosta da 'coisa'

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

007 ordem para gritar JÁ CHEGA!



Pois é a Bébé Lili pensou, óptimo uma oportunidade para fugir aos futebois e às Taças todas. Um jantar num italiano com vista para o rio e um espetaculo perfomativo de qualidade mas afinal existem 29 versões do Cirque du Soleil e para cá veio o Delirium, nada a dizer, afinal o tema era a condizer com as moças. Mas logo de início a B. Lili e a Governanta deram pela coisa, media de qualidade abaixo dos sofriveis genéricos do James Bond, aquele com ordem para matar.Cantoras que desafinaram práticamente durante quase todo o espetáculo, ginastas de clubes de bairro (mas esses) mas não cobram aqueles €€€, um homem pendurado num balão e a Carmen Miranda sem conseguir sambar, os músicos nos cantos da boca de cena com medo de apareçer, e no final cantaram uma espécie Hino à Alegria, lançaram uns balões e disseram adeus.


Foi difícil conter a Patroa e a Governanta que riram a bom rir durante quase todo o espectáculo e a Miudita com os apupos, mas enfim haja alegria.

Bébé Lili

Ich weiss nicht was ich bin; Ich bin nicht was Ich weiss


O Homem do Pão, apesar de retido na sua viradeira, decidiu oferecer a todos os ilustres membros da confraria dos doentes da cabeça um recente produto, destinado a crianças com mais de seis anos, depois de ver a TMN, numa reportagem televisiva, visitar o Portugal Profundo, distribuindo gratuitamente o dito cujo a alunos de uma escolinha rural, fingindo que se tratava de uma invenção da nossa companhia berardizada, coisa que espanhóis e italianos também propagandearam como deles. Independentemente da multinacional imaginária que o lançou, a coisa parece vir a ter sucesso aqui na casa e até já se conseguiu, do Granadeiro, uma adaptação.
As teclas de marcação rápida vão funcionar apenas com dois números predefinidos, os da Patroa e do Coronel. A Patroa vai colocar na agenda a memória de 220 números, os únicos de quem se poderão receber chamadas e para quem também se poderão fazer as ditas. Com esta preconfiguração, apenas falta o recurso ao GPS da NDrive, onde haverá um localizador automático para o coronel, com mapa discriminativo dos restaurantes com sopa, bem como dos postos de distribuição de pão. Do mesmo modo, haverá um anexo PDA para a Miudita e a Governanta. A coisa principal apenas pesa 78 gr e terá cartão sem carregamentos obrigatórios e bónus pelas chamadas recebidas. Os acessórios, incluindo um pendente de acesso à Net, ficarão a cargo de cada um dos confrades.
E respondendo aos comentários insultuosos da Patroa, da Bébé Lili e da Governanta, nos postres abaixo, apenas digo o que um padeiro místico, de outras eras, Angelus Silesius, proclamou: "eu não sei o que eu sou; eu não sou o que eu sei". Pensavam apenas que era o Sócrates a dizer "só sei que nada sei"?
Homem do Pão, tossindo

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Agradecendo à Patroa e à Bébé Lili, os malabarismos


A maioria das "folles du logis", assumindo os respectivos galicismos, vai rumar, logo à noite, para as bandas do Pavilhão dito do Atlântico, a fim de exibir os respectivos malabarismos. Com efeito, depois do protesto da Bébé Lili, a Patroa e a Governanta decidiram excluir o Homem do Pão desta ascensão ao trapézio.
O subscritor, com um cobertor vermelho enrolado à volta do corpo, um chá de limão autêntico com mel, obtidos na mercearia da vizinhança, apesar de protestar contra a exclusão, apenas pode desejar que se mantenha o sol, mesmo sem circo, especialmente quando o frio começa a difundir seus enregelados cinzentos.
Daí que tenha decidido gravar em video os jogos de logo, para oferecer o dos dragões ao Coronel e o das águias, também ao Coronel, mesmo quando aqui em casa não há video nem sequer Sport TV. Daí que, para se vingar, tenha remetido para toda a blogosfera a imagem supra de algumas das nossas doentes da cabeça.
É evidente que estou a gozar. Ainda há bocado fui visto e revisto, virado e revirado por um douto clínico que espreitou barulhos do pulmão e pesquisou a garganta e o ouvidinho, concluindo que tinha aquilo que ele não viu, um viruzinho, ainda sem companhia bacteriana. Mandou-me de molho para cobertores, "sprays" pr'á faringe e um qualquer genérico anti-inflamatório.
Por isso, agradeço à Patroa, que está mais doente do que eu, a dispensa obtida. Por outras palavras, amanhã não há pão para ninguém.
Daí que sugira a receita que ouvi nas conversas da clínica. A empregada do consultório, chamemos-lhe Dona Helena, que até era simpática e tudo, dialogava gastronomicamente com uma doente, meio africana, que sofrera um acidente de trabalho no restaurante da outra banda, onde é cozinheira, lamentando-se por não saber fazer lasanha. A cozinheira, que se dizia especialista na matéria, apenas lhe acrescentou que, agora, toda a lasanha que fazia já estava feita e congelada.
A Dona Helena, face à inesperada possibilidade de recolher a receita, apenas respondeu que, sendo assim, preferia continuar na feijoada e o no bacalhau com natas.
Por mim, que sonhava uma conversa de picantes para a garganta, resta-me o "spray" antiviral e o Aulin. E bem me apetecia uma sopa de legumes com feijão vermelho, como aquela que explica todos os nomadismos do Coronel. Se alguém me conseguir indicar uma qualquer empresa que faça entrega domiciliária dessas iguarias sopíferas, agradeço. Amanhã, não há entrega de pão. Comam a massa chinesa com que os governantes de Pequim presentearam o Sócras.

domingo, 25 de novembro de 2007

A Mulher do Lixo

Nesta Casa sem governo, com seres de outros planetas com crises de nomadismo incessante, com almas do outro mundo a irromper em vaivéns espaciais, eis que surge uma nova personagem que lança novamente o caos.
Falo da Mulher do Lixo.


De repente, toda a nossa vida gira à volta desta figura misteriosa que repetidamente anuncia a sua chegada.
Eu sou uma pessoa paciente e diariamente preparo tudo como se a Mulher do Lixo fosse finalmente mostrar a sua cara. Sei que ela existe, pois foi colega da Miudita na costura e, certo dia, levei as duas ao Porto para verem outras modas.
Mas isto está a ultrapassar todos os limites.
A Casa não pode viver para a Mulher do Lixo.
Logo agora que a Patroa decidiu impôr uma dieta só de legumes aos doentes. Não há Governanta que consiga fazer quatro refeições de aipo, espinafres e alho francês. O Pão é permitido, claro! Mas ninguém gostou das sandes de esparregado.
A Miudita lá come uns filipinos às escondidas!
Nada a fazer. Continuamos à espera da Mulher do Lixo. E que a Patroa introduza na nossa alimentação alguma proteína.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Da confraria destes doentes, para a Miudita! Parafraseando João de Deus, mui marujamente





Com que então caiu na asneira
De fazer na quinta-feira
Tantos e tantos anos! Que tola!
Ainda se os desfizesse...
Mas fazê-los não parece
De quem tem muita miola!



Não sei quem foi que me disse
Que fez a mesma tolice
Aqui o ano passado...
Agora o que vem, aposto,
Como lhe tomou o gosto,
Que faz o mesmo? Coitada!





Não faça tal: porque os anos
Que nos trazem? Desenganos
Que fazem a gente velho:
Faça outra coisa: que em suma
Não fazer coisa nenhuma,
Também lhe não aconselho.

Mas anos, não caia nessa!
Olhe que a gente começa
Às vezes por brincadeira,
Mas depois se se habitua,
Já não tem vontade sua,
E fá-los queira ou não queira!

domingo, 18 de novembro de 2007

A ASAE MANDA FECHAR PORTUGAL

Foi o homem do pão que me contou as últimas actividades da ASAE, aqueles senhores a quem os ciganos atiram com pratos de sopa quente cabeça abaixo, quando eles os vão chatear às feiras (as sopas também não respeitam as regras da sanidade, claro).
Já mandei a criadagem fazer as malas porque vamos para uma quinta que temos para os lados de Badajoz. Suspeito que para o próximo fim de semana a ASAE manda fechar Portugal por falta de condições de limpeza e de qualidade do serviço.
Esta fábrica de PIB, como diz o Coronel, para a qual eu não contribuo, que fique benzinho, que a gente volta quando ela reabrir, sim?
A patroa

"Vocês podem dizer: 'Este David Lynch é maluco, mas vamos lá experimentar, a ver o que sucede'."


Durão vem agora confessar que foi enganado pelos espiões por ocasião da invasão do Iraque. E assim lava as mãos como Pilatos, porque graças a todos esses equívocos não foi ele o bombardeado e sempre há água benta que tira o mau cheiro a águas chocas. David Lynch vem ao Estoril apelar à meditação transcendental e a ASAE fecha a Ginjinha do Rossio, enquanto Luís Filipe de Menezes apoia a passagem de Almerindo Marques para as Estradas de Portugal, apesar de muitos andarem a promover a candidatura do gestor do regime a presidente da ASAE, dado que importaria encerrar o estabelecimento da República Portuguesa, SARL, depois do que temos ouvido de Catalina Pestana, Maria José Morgado, Alípio Ribeiro e Pinto Monteiro. Os tais que aparecem nos telejornais dissertando sobre as vírgulas do Código do Processo Penal, o combate ao terrorismo pela rectaguarda e o excesso de escutas da telemóveis não encostados a aparelhos de televisão.

Porque o Sporting levou três do Braga. O Porto levou dois do Estrela nos últimos cinco minutos do jogo. E o Benfica esqueceu-se do Celtic, graças às circunstâncias pouco loureiras do Boavista. Para que João Soares apoie Chávez, contra Juan Carlos e o Opus Dei dê razão a Bento XVI, no seu puxão de orelhas ao nosso esquema clerical. Vale-nos que a Judite já prendeu o bando do "aperta o papo", que a tasca da Badalhoca no Porto ainda vende pestiscos de dobrada e que ainda há restos de sol de Verão.


Vale-nos que lá para os lados da terra de Bandarra, o Gonçalo Annes, apareceram uns apitos douradinhos, apanhados em flagrante sem ser de litro, enquanto a Ordem dos Médicos se recusa a alterar o respectivo código deontológico por causa da nova lei da IVG. Por seu lado, Pedro Namora diz que não falou com a directora Madeira da Casa dita Pia, porque esta foi nomeada por um ministro que é amigo de dois anteriores ministros que o irritam. Já em Aguiar da Beira um cidadão morreu intoxicado por arsénio que circulava impune na água da rede pública.


A Televisão, nos intervalos, vai transmitindo cenas do balneário da nossa selecção, com toda ela mobilizada por orações onde Scolari apela à virgem de Fátima. Talvez por isso é que os ditos se fiaram na mesma e não correram contra a Arménia, a tal terra esquisita donde nos veio o Charles Aznavour e o senhor Calouste Gulbenkian. É por isso que vale a pena notar o que o nosso consócio Lynch veio dizer ao Estoril:


Estava previsto queo cineasta dedicasse meia hora a uma conferência de imprensa, e depois uma hora a uma masterclass sobre 'A Arte, a Vida e a Meditação Transcendental'. Só que, na conferência de imprensa, Lynch falou quase todo o tempo sobre MT, e decidiu transformar a masterclass numa sessão de perguntas e respostas, em que se falou de cinema, da vida, de Inland Empire e Mulholland Drive, os seus dois últimos filmes, da série Twin Peaks... e de MT, sempre que se proporcionava.


Segundo Lynch, a MT "não é uma religião. É uma técnica de meditação que abre as portas que nos levam ao mais profundo dos estados da consciência". isto porque "estamos na superfície da vida, todos temos consciência, mas nem todos temos o mesmo nível de consciência". Ao praticarmos a MT - descrita por Lynch como "uma claridade doce e eléctrica, que traz ondas de felicidade" - podemos atingir não só o já referido "oceano de consciência sem limites", como também a "paz real". Que o realizador define não como "a ausência de guerra, mas como a ausência de negatividade, que contém as sementes da guerra".


Lynch pensa ainda que a MT é também "dinheiro no banco para os artistas, e a sua ferramenta número um". E porquê? Porque "traz mais criatividade, felicidade e disponibilidade, e afasta a negatividade, que é como veneno para os artistas".


Transcendência, consciência e negatividade à parte, David Lynch revelou que as ideias para os filmes lhe surgem sempre "em fragmentos", disse que "depois de ter descoberto as câmaras digitais em Inland Empire, ficará doente se tiver voltar a rodar outro filme em celulóide", frisou que o cinema "não é só uma coisa intelectual, é também uma coisa da intuição", aconselhou os aspirantes a realizadores a serem "sempre fiéis a eles próprios, nunca aceitarem um não como resposta, nunca abdicarem do final cut e nunca rejeitarem uma boa ideia", e profetizou que a Internet "será a casa de tudo no futuro, se se resolver o problema da pirataria". E antes de rumar ao aeroporto, foi à Aldeia SOS de Bicesse hastear uma "bandeira da invencibilidade" da MT, ao som do Hino Nacional.


O Homem do Pão






quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Revelação

Tinha a maior esperança de poder conservar por muito tempo o meu segredo. Talvez até ao regresso à minha origem. Mas um facto inesperado veio alterar tudo. Há poucos dias, um grupo de pessoas de insuspeitável credibilidade, constituído por cientistas, astrónomos, pilotos militares e civis e observadores de fenómenos estranhos, reunidos nos EU, produziram um documento exigindo ao governo norte-americano a reabertura das investigações sobre OVNIS e a revelação dos segredos que mantêm reservados.
Não me restam dúvidas de que, mais cedo ou mais tarde, eles vão descobrir quem sou e ainda corro o risco de ser usado como material de pesquisa cienífica.
Colocado nesta situação, entendi que devia ser eu a fazer-vos a revelação: sou um extra-terrestre. Sim, aquele a quem vocês com grande simpatia chamavam de Coronel, é um extra-terrestre.
Espero que esta surpreendente revelação não altere a nossa amizade. Afinal, também vocês, pelas qualidades que têm, podiam muito bem ser extra-terrestres. O que só prova que a amizade não conhece galáxias.
O meu planeta fica mais ou menos a meio caminho entre Andrómeda e Vega. Segundo o vosso sistema de medição de distâncias são cerca de 400 milhões de anos-luz.
Desde há milhares de anos (usando também o vosso padrão de medição do tempo) que dispomos de toda a informação sobre o planeta Terra. É um registo completo de todos os factos, pessoas e acontecimentos do vosso planeta, armazenado num super-computador.
Esta máquina sempre forneceu informação correcta, precisa e sem erros, mas nos últimos anos começou a debitar sistematicamente dados incoerentes, alguns mesmo absurdos e irracionais, como se o vosso planeta tivesse enlouquecido.
Fui então enviado à Terra com a missão de analisar até que ponto os dados de que dispunhamos necessitavam de ser alterados, tal a confusão que provocavam ao computador.E foi assim que entrei no Blog Doentes da Cabeça. Seria o melhor caminho para para compreender o que se estava a passar e cumprir a minha missão. Todas as probabilidades apontavam para que a doença das vossas cabeças fosse uma síntese do fenómeno dos estranhos fenómenos ocorridos na Terra em tão pouco tempo.
Dito isto, penso que terão curiosidade em saber o motivo porque escolhi o vosso país para as minhas investigações. Na verdade, a escolha não foi minha. Segui as indicações do computador e este indicava Portugal como o país onde se registavam maiores afastamentos dos parâmetros de normalidade.
Concluida esta explicação, sinto que a amizade que todos me têm dispensado, obriga a que compartilhe convosco o resultado das minhas investigações.
Para já, cheguei à conclusão que o vosso país gira à volta de duas fábricas: a Fábrica das Leis e a Fábrica do PIB, que têm entre si uma relação orgânica total.
Mas existe algo de estranho. Uma tem 230 trabalhadores enquanto a outra tem cerca de 5 milhões. Para mim isto é muito difícil de entender, mas deve ser aquilo de que ouço falar constantemente e a que chamam as "assimetrias" do país.
Como a noite vai muito adiantada, amanhã, se me for possível, revelarei o essencial das conclusões que tirei e o próprio relatório que vou enviar aos meus superiores.

O meu planeta

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O novo pinheiro do Norte da Europa


Este fim de semana ouvi um empresário do Algarve, holandês, cujo negócio é exportar plantas para o norte da Europa, dizer: O que está a dar é vender palmeiras para os países nórdicos, se eles pudessem ter palmeiras no jardim acham que tinham pinheiros?
Fiquei esclarecida sobre quem anda a estragar a paisagem europeia. Imagino já os países escandinavos cheios de lindas palmeiras decoradas no Natal com neve e luzinhas no Natal. Deve ser tão lindo...
PS - Como podem ver estou a tentar baixar o nível dos meus postres, visto alguns doentes se terem queixado de não alcançarem o seu conteúdo. É uma maçada, uma pessoa ser culta e só se dar com criadagem...Não pecebem nadica de nada, é o que é.
A patroa.

domingo, 11 de novembro de 2007

Toda a palavra de Deus (bem mastigada), em noite de São Martinho...



A esmagadora maioria destes doentes da cabeça decidiu comemorar a passagem do São Martinho, com uma ida ao teatrinho do Chiado. E dois deles até ascenderam ao palco, para viajarem na Arca de Noé. Assim se assinalaram as declarações de Bento XVI sobre a nossa desorganização eclesiástica e o consequente problema de mentalidade, ao mesmo tempo que se congratularam com a atitude do rei de Espanha, ao mandar calar Hugo Chávez, na cimeira ibero-americana do Chile, onde Cavaco e Sócrates saudaram os dez por cento da Galp no buracão do poço Tupi, ao largo das costas da Terra Brasil, dita de Santa Maria.

Ficámos todos impressionados com a hipótese de Nuno Álvares Pereira ser finalmente canonizado, impedindo que a ASAE venha a fechar a Igreja de Campo de Ourique, hereticamente dita do Santo Condestável, embora todos lamentassem a circunstância de os três pastorinhos não conseguirem suficiente cunha de D. Saraiva Martins para subirem ao altar.

Que nisto de santos e santinhos, andamos pior do que nas taxas de desemprego e de inflação, e tanto o FMI como a UE não fazem previsões de rápido crescimento na sagrada congregação. Aliás, há quem desconfie mesmo que alguns dos nossos santos sejam mesmo portugueses. Santo Antoninho é reclamado por Pádua e Prodi, a Santa Beatriz de Campo Maior dizem que é espanhola, o São Francisco Xavier é definitivamente basco, mesmo sem ameaças da ETA, e a própria Rainha Santa, com tantos problemas de adultério, do plantador do pinhal de Leiria, não deixa de ser aragonesa.

O Santiago, que era matamouros, ficou-se na Galiza e, para nos ajudar na reconquista e na resistência, tivemos que pedir ajuda à aliança luso-britânica e invocar São Jorge. De São João de Deus e de São João de Brito, apenas resta a memória de duas igrejas lisboetas, a Santa Maria Adelaide, lá para os lados de Gaia, ainda não teve direito a carimbo do Vaticano, a Soror Maria Alcoforado é o preciso contrário dos mandamentos da lei de Deus e até o bom Padre António Vieira foi vítima da Inquisição. Por outras palavras, restam-nos outros encontros imediatos com a divindade, da Senhora da Rocha à Senhora de Fátima, embora nenhum papa tenha feito peregrinação a Carnaxide. Porque até a aparição de Ourique, com as cinco chagas do escudo nacional, foi injustamente considerada como "fake" pelos historiadores dominantes.

Cá por mim, Homem do Pão, pouco dado a hóstias e a consagrações, mas frequentador, por dever de ofício, da procissão do Corpo de Deus, resta-me comemorar, muito patrioticamente, o dia de Todos os Santos, antes de passar para o dos Fiéis Defuntos e o natal pagão. Por isso é que me ri a bandeiras despregadas com a encenação do Juvenal Garcês, onde toda a palavra de Deus (sintetizada) foi, de facto, uma comédia de bradar aos céus, até na tradução do original inglês, sem muito calão. Porque, sempre podemos acabar a noite no herético templo da cervejaria Trindade, com a governanta trincando croquetes e a jogar no PDA, a miudita a massacrar um quarto de prego de lombo sem espinhas, a patroa a recordar que ajudou a Simone de Oliveira a não cair nas escadas do estúdio e cá o Homem do Pão, a mastigar tremoços, misturando-os com cola da coca, de grau zero. Infelizmente, as castanhas não ficaram quentes nem boas, porque estavam esgotadas no LIDL e a ASAE tinha acabado de encerrar o Jumbo, porque a poeira das obras afectava os víveres e avariava os televisores.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Governo analisando o relatório da última junta médica que não teve direito a compaixão ministerial


Conforme pode ler-se num jornal do Norte profundo, a funcionária da Junta de Freguesia de Vitorino de Piães, em Ponte de Lima, teve de se apresentar ontem ao trabalho, por indicação dada, na sexta-feira passada, pela Caixa Geral de Aposentações. Na sede da Junta de Freguesia, Ana Maria Brandão limitou-se a ficar sentada numa cadeira, encostada à parede, juntamente com o seu pai, que a ajudou a deslocar-se para o local de trabalho - "ela não consegue andar mais de 20 metros sozinha", disse. Tudo começou numa operação mal sucedida a uma hérnia discal, em 1998, deixando para trás uma vida cheia. Foi criadora do grupo de folclore da freguesia, catequista e membro de um grupo coral.Hoje, tão-pouco consegue "lavar-se ou vestir-se sem ajuda", refere o relatório da sua médica de família. Por seu turno, um relatório do INC (Instituto de Neurocirurgia) de 22 de Janeiro, indica que se trata de uma situação "crónica, sem melhoria e que a incapacita para a sua actividade profissional". Um outro relatório da Clínica de Psiquiatria indica um "síndrome depressivo". Para os devidos efeitos, se junta fotografia do ilustre governo do país, analisando o relatório da última junta médica que não teve direito a atempada compaixão ministerial.

Um novo deus


Á uns dias abriu ali no bar do Tó Zé uma nova igreja onde eu agora vou às rezas. Pois é ali que encontro sucêgo e lavo a alma (e as vistas pois é quase como ir a um jogo da bola).É a igreja Maradoniana que é munto boa e ajuda os doentes da cabeça e faz milagres. A gente tem é que dar sempre algum mas é tudo pró bem e a gente anda cá pró bem. Quem quiser se inscrever pode usar este imeil: iglesiamaradoniana2001@yahoo.com. Maradona é deus. É o nosso deus.


Vejam lá so Tó Zé não fica tão bem de padre. Tal qual um verdadeiro pastor.


Miudita

A Culpa é casada e tem filhos

A minha quida e fiel governanta acha que a culpa não é do trânsito.
Quer dizer, uma mulher normal, sem estar bebida nem drogada, pela fresquinha, não pára no sinal e albarroa outras 3 mulheres...tem de ter uma explicação qualquer...sei lá...
Eu tenho as minhas suspeitas. A culpa é casada e tem filhos piquenos. Tem de lhes dar comida, limpar, vestir e transportar para todo o lado, de pensar no seu futuro desde bébés para assegurar que têm lugar nas sucessivas escolas e tempos livres, reflectir sobre se são hiperactivos, bipolares, indigos ou superdotados, etc, etc. Para além disso, eles não se calam e não param e são um perigo para tudo o que lhes está próximo e para eles próprios.
Quem tem cabeça para reparar em sinais vermelhos? olhos azuis? sentidos únicos? traseiros arrebitados?
Não me digam que, no campo ou na cidade, é tudo igual. Primeiro, no campo as crianças são tratadas como crianças e não como pequenos seres que encarnaram o Dalai Lama. Segundo, no campo não há tantos semáforos.
Para as que não têm filhos, a vida torna-se mais fácil é certo mas compensam a sua ausência com a dedicação ao verdadeiro Dalai Lama ou a substitutos que lhes ocupam quase o mesmo tempo. No campo não há cá dessas coisas...
Quida, veja como a nossa vida muda quando vamos viver pra nossa casa do campo...é ou não é?
A Patroa

O Cabeleireiro e a Fidalguia

Tou...Fernandinho? Atão o menino já sabe do cabeleireiro que tem uma fixação por marquesas e duques? Aquele que veio substituir o arquitecto...O que ele gostava era de ouvir uma das nossas conversas, mas nós não temos nada a esconder, pois não meu quido?...nem aquela parte da sua mãe o vestir com folhos cor de rosa quando o menino era piqueno. Ora, Fernandinho, toda a gente sabe disso...
Mas olhe lá, ele meter-se com a fidalguia não é nada bom, não acha? Ainda pode começar a meter-se na Casa Pia e isso nós não queremos. Sim, que bem sabemos que tudo começou com o Ti Alfredo Marceneiro, Caldeira de nome, Marceneiro de profissão. O Ti Alfredo meteu-se com a nossa quida Condessa da Figueira (a verdadeira fundadora do Casino do Estoril, uma viciada em canasta e uma doidivanas) e teve aquele filho, Pedro Caldeira, um desgosto, foi o que foi...Esse rapaz ficou com o dinheiro ao Carlos Cruz e para se redimir, disse-lhe: Oh, filho, tu com o teu know how, devias era fazer filmes com os piquenos da Casa Pia. Eles são bons moços que o meu pai Alfredo andou lá, sofreu um bocado, pois sofreu, mas alcançou o estrelato.
Vai daí, o Carlos Cruz endividado, começou a fazer fitas com os miúdos.
Quando aquele moço, filho do Fernando Namora, deu com a língua nos dentes, ohps, foi uma escandaleira, pecebe...mas ainda se levou para a veia romancista do pai...e toda a gente de bem "abafou" a coisa, em honra da memória do Ti Alfredo, tá a ver, não tá?
Foi aí que entrou em cena a filha da Laura Alves e do Vasco Morgado. A Mizé Morgado frequentava o Monte Carlo por via dos pais e lá encontrou o revolucionário Sanches que, em honra desse encontro, adoptou o nome Saldanha. O casal Saldanha Morgado Sanches, também conhecido por "Mata e Esfola" pretende dar cabo da figalguia e, acima de tudo, da memória do nosso quido, Ti Alfredo. Isso Fernandinho, é algo que não podemos tolerar!
Por isso lhe digo que, para as próximas festas, convide-os sempre. Pecebe?
Já agora, faça como eu! Passe a ir ao cabeleireiro de que lhe falei no principio da nossa conversa e que tem uma fixação por nós (por si, que é Marquês, que eu sou Condessa...). No Natal damos-lhe um telemóvel novo, daqueles que não fazem barulhos, sim? Beijinhos...
A Patroa

domingo, 4 de novembro de 2007

A Culpa é do Trânsito?

Não.
Olhem o dia sem carros. Não se passa nada.
Eu sei que não é o trânsito. Acordo cedo para ir à praça abastecer a Casa. Não há trânsito.
O problema não é o trânsito.
Nem carro os Patrões me deram. Mas dão-me dinheiro para o taxi, é verdade.
Talvez o telemóvel, os blogues, a fast food, os óleos desfrisantes.
Não deitem as culpas para o trânsito.
A Governanta

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

INFO-INCLUÍDAS, PARA QUE SAIBAM!


Vai para mais de um ano, a miúdita chegou a casa toda contente porque tinha recebido um IPOD. Na semana passada, o homem do pão confessou-me ter comprado um IPOD, em saldo, por ser dos morangos com açucar. Isto dá que pensar...
Sentei-me na cozinha a beber um cházinho com a governanta. Ora vamos lá saber o que são estas coisas que deixam as pessoas felizes...
Devagarinho, começámos a perceber. Um IPOD é um leitor de MP3 com ecrã onde se pode ver fotos e videos, com agenda acoplada. Um leitor de MP3 é uma pen que dá para ouvir música e rádio. Uma pen é um cd ou uma disquete onde se pode gravar tudo o que a gente queira e que esteja no computador ou que se tenha passado para ele através de um cd ou dvd ou outra pen. Prontos...Sei lá...Coisitas em piqueno.
Também ficámos a saber que o Bluetooth, o Dente Azul, é um controlo remoto como o infra-vermelhos, mas que passa mais coisas, tipo dados de voz e outros dados.
Ahhhh....e um IPHONE é um IPOD que também tem tefone.
A máquina fotográfica é sempre opcional. Achamos nós. Os morangos com acúcar também.
Olhem, um bule inteirinho e meio kilo de petit fours à conta de tanto saber, mas valeu bem a pena.
a patroa

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Muito Bom !!!!!


Outro que precisava de ser reformado por a cabeça.


James Watson, prémio Nobel da medicina em 1962 pela co-descoberta da estrutura molecular do DNA, viu o Museu de Ciência de Londres cancelar a sua palestra que estava prevista para amanhã devido uma entrevista que deu a um jornal Britânico, onde defendeu que os negros têm uma inteligência inferior à dos brancos. Watson afirma que "o caos do continente (Africano) é o espelho da inteligência africana". Mas estas não são as únicas teorias “menos ortodoxas” de Watson. Entre outras, está a defesa do direito das mulheres abortarem caso pudesse ser determinado através de testes a homossexualidade futura dos seus filhos, ou ainda a defesa da existência de uma relação entre a cor de pele e o impulso sexual.Mas ao contrário do que seria de esperar de um cientista, Watson não baseia nenhum destas suas afirmações em factos científicos, ou em experiências laboratoriais. Não se lhe conhece nenhum paper ou trabalho de investigação que comprove as suas teorias. As suas convicções, não passam portanto de isso mesmo. Convicções pessoais, baseadas no espírito homófobo, racista e sexista de quem as profere. Desta forma, as afirmações de Watson valem tanto como as de um qualquer skinhead de trazer por casa. E, agora que penso bem nisso, não sei porque raio o Museu de Ciência de Londres estaria interessado em promover uma palestra cientifica dada por um skinhead...


Miudita

O povo é estúpido e o mundo é injusto

Quido Coronel,
Ainda bem que me dá razão, coisa rara, que me apanhou descalça, tipo condessa, sei lá...Nem sei o que lhe deu para perceber que o povo é estúpido...Eu já sabia há um ror de tempo mas lá por isso temos de os tratar bem na mesma. Já o Senhor dizia: Coitados dos pobres de espirito que deles é o Reino dos Céus. Aliás, essa é uma das coisas que me faz andar por cá, que aquilo lá em cima deve ser um horror...
Julgo que deve ser por o povo ser estúpido que o mundo não é justo.
Também sei disto quase desde a nascença...Uma criança é boajinha, bem educada, dá beijinhos a toda a gente, farta-se de estudar e consegue ter boas notas e tudo e tudo e tudo. De repente, nasce um bébé e todas as atenções vão para aquela criatura piquena que ainda não fez nada na vida e nos rouba toda a popularidade nas sondagens.
Acham justo? Não é...
Mas lá está, o povo é estúpido e as coisas são como são e por muitos Tratados de Lisboa porreiros que se consigam assinar, aparece sempre um Meneses novinho em folha que nos tira a maioria absoluta nas sondagens e que nos rouba a popularidade.
Bem dizia o outro refugiado de quem já ninguém se lembra: É a vida...
a patroa

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O Tratado e os tratantes

Eu já suspeitava que esta coisa da democracia europeia e nacional tinha mistérios que não estava ao alcance do cidadão comum desvendar. Agora, com a aprovação do chamado Tratado Europeu desapareceram-me as últimas dúvidas. E mais: cheguei à conclusão que o simples acto de votar torna o povo estúpido.

Antes das eleições, durante as campanhas eleitorais, ao ouvido durante o período de reflexão, os iluminados políticos candidatos não se cansam de afirmar que o eleitor é inteligente e que o povo é sábio e nunca se engana. Mas, mal o cidadão anónimo deposita o seu voto na urna, passa a ser um ignorante, incapaz de compreender as leis, os programas e os projectos que os seus eleitos lhe preparam. O povo deixa de saber o que quer. Transforma-se, de um momento para o outro, durante mais quatro anos, numa imensa massa de ignorantes que precisam de ser tutelados.

A prova definitiva veio agora com o chamado Tratado Europeu. Os tratantes (pessoas que tratam destes tratados) fizeram-no, aprovaram-no, não o mostram a ninguém e não querem ouvir falar em referendá-lo, como esperaria qualquer ingénuo democrata. Dizem que ele é demasiado complexo para o entendimento dos eleitores, do povo. Ou seja, o povo é demasiado estúpido para que lhe seja permitido opinar sobre as matérias que que implicam com a sua vida e com seu futuro.

Salazar tinha a mesma opinião sobre esta bizarria de eleições e consultas populares. Eleições sim...mas só com a participação de eleitores previamente aprovados. O princípio agora utilizado com o Tratado Europeu é muito semelhante. Apenas diminui drasticamente o universo dos eleitores aprovados. São apenas 230.

Curvo-me às evidências. O povo parece de facto estúpido. Caso contrário não tinha eleito estes tratantes.

Resta-me ainda uma dúvida: e se o povo, afinal, não é tão ignorante como os tratantes pensam e resolve, na próxima oportunidade, tratar deles?

terça-feira, 23 de outubro de 2007

JÁ CONSEGUI FALAR COM O MEU PAPÁ


Estou bastante optimista, porque já consegui falar com o meu Papá afinal ele estava ocupado a pagar as divídas do meu irmão, fixe é como no anúncio do próprio que afinal já nem está a passar porque terá sido?

Lembram-se era aquele que andava sempre atrás do pai...

Já não passa na caixa mágica .

Pagaram tanto dinheiro a uma agência qualificada e para quê?

Mas eu que sou esperta pensei, esperem lá ele também anda à procura do papá afinal era o meu irmão que emocionante é mesmo de ir às lágrimas.


CHUAC : )

domingo, 21 de outubro de 2007

A Patroa, a Empregada e a TV

http://http://beleza.br101.org/pesb-empregada-domestica-tv.html

Uma questão de difícil solução. Ora vejam os comentários:

eu axu certissimo a empregada domestica ver tv no sofa juntu da patroa! alem dela ser empregada domestica,ela tbm eh jente,eh merece ser tratada como um ser humano como nos! eh a sua opniao qual eh? bjOOO

Bom dia! A dependendo de como a empregada domestica é vale vai ver que vale a pena trocar ideias com ela mas tem que ter muita atençao com o que fala pois muitas delas sao traçoeiras.

A Governanta

O pão e as rosas

Duas coisas que sempre me intrigaram. A história do naufrágio do Camões, salvando Os Lusíadas com o braço fora de água. É verdade? Outra - o milagre das rosas. É verdade?

A mulher de D. Dinis, a rainha Santa Isabel, tornou-se célebre pela sua imensa bondade. Ocupava o tempo a fazer bem a quantos a rodeavam, visitando e tratando doentes, distribuindo esmolas pelos pobres.

Ora, conta a lenda que o rei, já irritado por ela andar sempre misturada com mendigos, a proibiu de dar mais esmolas. Mas, certo dia, vendo-a sair furtivamente do palácio, foi atrás dela e perguntou o que levava escondido por baixo do manto.

Era pão. Mas ela, aflita por ter desobedecido ao rei, exclamou:

- São rosas, Senhor!

- Rosas, em Janeiro?- duvidou ele.

De olhos baixos, a rainha Santa Isabel abriu o regaço - e o pão tinha-se transformado em rosas, tão lindas como jamais se viu.

Há coisas difíceis de entender.

Vou tratar do almoço, pois não sei onde anda a Miudita.

A Governanta

Onde está o Homem do Leme?


Ia eu, ia eu, a caminho de Viseu quando fiquei em transe. «Eu próprio tenho muitas dúvidas que não tenha telefones sob escuta. Como é que vou lidar com isso? Não sei. Como vou controlar isto? Não sei». Apenas cheguei à seguinte conclusão: «Penso que tenho um telefone sob escuta. Às vezes faz uns barulhos esquisitos». As palavras não são do Homem do Pão. Muito menos do Coronel. São de quem considera que "O Ministério Público é um poder feudal de condes, viscondes, marqueses e duques". São do Procurador Geral da República. Do PGR que deve controlar o MP, para que o PR, o PM e o PAR não sejam escutáveis em seus palácios. Por isso, vou continuar a distribuir imagens de Bosch, retratando quem somos. O próprio Homem do Leme comentou o seguinte: «Eu tive recentemente uma reunião com o senhor Procurador-Geral da República e entendo que em relação a essas matérias, eu, como Presidente, não me devo pronunciar em público».

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Os nossos 3 reis magos

Fernando Lopes Graça, Manuel de Oliveira e José Saramago não são nomes que arrebatem multidões mas lá em casa temos todos os discos, filmes e livros deles.
Na aparelhagem tocam sem cessar os discos do compositor; é um bálsamo para as nossas atormentadas cabeças o som ensurdecedor, repetitivo, entrecortado com silêncios despropositados durante os quais aproveitamos para soltar alguns berros.
No DVD passam os filmes do grande mestre (o Aniki Bóbó foi banido por falta de qualidade) de manhã à noite, à excepção da hora sagrada dos telejornais. Em contraponto ao barulho que enche a casa, as imagens paradas permitem-nos fixar o nosso olhar de autistas num único ponto durante longos minutos, aproveitando para nos mexermos ao ralenti.
Por toda a casa, incluindo os WC, podem ver-se livros do Nobel lidos e relidos. Sempre que estamos cansados, pousamos o nosso olhar numa página de margens justificadas, onde as letras nos trocam os nossos olhinhos míopes, sem que se perceba uma única ideia.
Se o povo soubesse o bem que a obra destes 3 génios faz às nossas alminhas, passariam de ser um produto de elites intelectuais para um bem de primeira necessidade. Essa é que é essa, pecebem?
Patroa

As férias grandes

A intensa programação cultural da Patroa exigiu que fizesse uma pausa na governança da Casa e deixasse a miudita ao leme. A minha já fraca cabeça estava invadida de stills do Amor de Perdição. Comecei a ficar preocupada quando os meus diálogos na praça começaram a exceder três horas e meia. Aquela última ideia de passar o filme em câmara lenta foi a gota de água. Aliás, uma homenagem a um artista estrangeiro que fez o mesmo com o Psycho. A Patroa é culta e viajada. Como Governanta devia ser eu a mandar, a manipular, a jogar com o destino dos doentes. A minha referência foi sempre a Governanta da Rebecca, mas acabo sempre no papel da Julia Andrews a fazer palhaçadas para entreter a pequenada.

Enfim, resolvi fazer uma pausa e parti rumo ao faroeste para a quintinha da minha antiga Patroa, agora moribunda. Foi um tédio. Aos serões víamos telenovelas, de manhã apanhávamos sol, à tarde passeávamos. A única leitura da minha antiga Patroa era a TV Guia e nem leitor de DVD tinha. Duas semanas inteirinhas sem programação.

Estou de volta. Aproveitei para trazer uma lembrança para animar os serões da Casa - Eurico o Presbítero - cuja leitura em voz alta se iniciará hoje mesmo.

A Governanta

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Democracia e socialismo moderno

"Filho, quer queiras quer não, tens que ser bombeiro voluntário", dizia o democrata e socialista moderno ao filho rebelde.
Coronel

Hoje há bacalhau para o jantar


Prontos, tá bem...sei lá...já pecebi...
O que os meninos querem é bacalhau pró jantar...Já chega de indirectas a peixes estranhos e tal e coisa, que não são bem peixes, e tudo e tudo e tudo.
Vamos comer o peixinho e não se fala mais nisso...e podem fazer sopinhas de pão no azeitinho...
A Patroa

O verdadeiro Peixe



Este peixe, não se encontra com facilidade é grande e os cardumes são a perder de vista não se conhece onde vive, tem capacidade migratória absolutamente fantástica e tanto navega em águas profundas como à superfície, as suas barbatanas e caudas ora abanam para um lado como para outro sendo inprevísivel que rumo levam, recorre com facilidade à sua mãe quando se sente em dificuldades e tem uma fórmula para apontar o dedo àqueles com quem tão bem convive.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O tal peixe

Pode parecer-lhes estranho, mas eu já vi o tal peixe, como vocês lhe chamam, embora pense que não se trata verdadeiramente de um peixe. É certo que tem barbatanas, mas não tem espinha, que é nos peixes o equivamente à coluna vertebral dos humanos. A mim parece-me mais um molusco daqueles mais feiosos. Também pode ser peixe da fdamília do tamboril.

Estranho é que vi o peixe fora de água, pelo menos a uns 200 metros do rio Tejo. E não estava sozinho. À frente dele, todos alinhados, havia um cardume de outros peixes, suficientemente grande para justificar a qualquer pescador lançar a rede de arrasto nestes tempos de escassez de recursos. Eram pelo menos uns 230.

Tudo isto é muito misterioso. Outras pessoas que também viram garantem-me que o cardume tem um número sempre diferente de peixes, mas nunca mais de 230. Porquê este número? Que fazem estes moluscos em terra? Serão mutantes?

Mais intrigante ainda: o peixe fala. Não sei se será mesmo falar, porque diz sempre as mesmas palavras: "acabou o tempo". Os outros peixes ouvem. Meia dúzia deles dizem qualquer coisa que não se entende bem. Os outros, uns abanam as barbatanas outros dão rabo em movimentos ritmados.

E não é que o peixe grande conta as barbatanas que abanam para um lado e as que abanam para o outro?

Já viram coisa mais estranha? Deve significar qualquer algo que ultrapassa a minha imaginação.

Fiquei a pensar naquilo de "acabou tempo", "acabou o tempo", "acabou o tempo" tipo disco de vinil estragado. Ocorreu-me então que o peixe grande teria um limite de tempo para regressar á água. Neste caso só podia ser o Tejo. Como aqui no blog, a descrição científica diz que é um peixe de águas profundas fiquei um tanto confuso sobre as origens e o habitat natural do monstro.

A patroa está sempre a criticar o meu nomadismo incessante esquecendo-se que ele me obriga a ter meios que nem toda a gente tem. Desta vez o que me serviu foi um grande mapa do mundo que adquiri numa das minhas itinerâncias e que assinala a profundidade dos mares. Foi só seguir as indicações e descobri no meio do Atlântico a caminho da América umas fossas marinhas com vários quilómetros de profundade.

Não havia dúvidas. Era ali o habitat do peixe grande e feioso.

Subsistem, porém, dois mistérios que não consigo descobrir: como é que o peixe veio cá parar e o mistério do cardume dos 230.

Isto é muito aliciante para quem gosta de mistérios como eu e, como não quero ficar atrás do José Rodrigues dos Santos e de vários outros, já pensei em escrever um romance sobre o tema.

Para já ainda só tenho o título: "Código 230 - acabou o tempo".

Coronel

O segundo nome que se aprende a escrever é...

Assim se a importância que nós, as EMPREGADAS, temos na educação da humanidade!!

Miudita orgulhadita

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Afinal até o pão tem um museu

Espreitem-no aqui.

Por Miudita

A Fábrica de Leis

Ó mana...a menina tá sempre super distraída, realmente...
Atão a mana Bébé Lili acha que eu, euzinha, trabalho numa Fábrica de Leis?
Tou fartinha de lhe dizer que eu sou voluntária num centro de saúde de dia onde tão velhinhos, crianças e doidos...Pecebe? Não há meio da menina peceber isto...
O que eu faço lá são leis!
Leis são aqueles colares de flores do Hawaii que a menina até tem um que fui eu que lhe dei, lembra-se?
Sou eu que passo os dias a ensinar aos velhinhos e aos doidos como se enfiam as flores no fiozinho, e assim, e tal e coisa, e prontos.
Qrida, eu não trabalho numa fábrica!!!! Pelo amor da Santa...
A patroa

Não fale Deus connosco para que não morramos...



Neste intervalo metafísico dos feriados que nos dão ponte e antes de comemorar o dia mundial do pão de forma, pus-me a consultar o Exodus e outros bíblicos textos, entre os sete pecados capitais, com a luxúria, a avareza, a gula, a soberba, a inveja, a ira e a preguiça, e os dez mandamentos, na versão mosaica.




E lá recordei, de forma ascendente, que não podemos cobiçar coisas alheias, incluindo a mulher, a casa, o boi ou o servo do próximo, ou o marido da próxima, tal como não podemos levantar falsos testemunhos ou furtar, nem atentar contra a castidade por palavras e actos, além do não matar, do honrar pai e mãe e do lembrarmo-nos do dia de sábado. Fiquei pelos dois primeiros, do reconhecermos o senhor nosso Deus que nos livrou do faraó fascista, e do não podermos fazer imagens Dele, nomeadamente caricaturas dos seus profetas.




Deus, em sua grande misericórdia,disse: " Prestem atenção: vou fazer cair pão do céu. Todos os dias, vocês se levantarão e recolherão os pães". E foi o que aconteceu; os israelitas chamaram aquele pão de "maná". Deus também providenciou água para o povo.




E não percebi como alguns aplicam esse primeiro preceito do Decálogo às pequenas bizarrias do quotidiano, transcrevendo em calão, o não me venhas pedir satisfações, porque isso poderia abrir as portas aos dramas relacionais lá das alturas, com as vestais. Porque tudo quanto o chefe diz é lei das leis e também Ele não está sujeito à própria lei que dita em sua fábrica. Talvez porque no Exodus, lá vem um aviso: "não fale Deus connosco para que não morramos..."




Logo depois, os israelitas acamparam em volta de um monte, no deserto do Sinai. De repente, houve trovões e relâmpagos no monte; uma nuvem espessa apareceu, e ouviu-se o som de uma trombeta - um som tão alto que o povo estremeceu. E o Senhor, envolvido em fogo, desceu ao monte, e o monte inteiro tremeu.




Agora Deus não troveja nem relampeja, apenas está no meio da mesa. A não ser quando os servos do Senhor o interpelam e se esquecem que Ele lhes pode fazer a folha de parra, decepar-lhes os membros que os fazem locomover, arruinar-lhes a vidinha e proclamar-lhes o nunca mais serás ninguém. Só que Deus não fala em português, nem com pronúncia. É profundo demais para ser relatado em latim vulgar e até pode confundir-se com os falsos ídolos que levaram em cima com as pétreas tábuas da lei, com vírgulas e frases postas em comissão discreta, além da pontuação que, até então, era correcta, porque tinha um ponto final, sem intervenções insulares, eventualmente insolentes.




Deus mandou que Moisés subisse ao tope do monte e disse-lhe o seguinte: "Eu sou o Senhor seu Deus. Fui eu que o tirei da terra do Egito; que o libertei da escravidão". E enquanto falava, o Senhor escrevia os Dez Mandamentos numa tábua de pedra.




Por mim, lá fui, de pão de forma, deserto acima, a caminho da terra prometida, com Badajoz à vista, para, na curva de um qualquer chaparro, poder esperar a queda do maná. Ainda estou à espera, porque, com esse panífero produto, entrarei definitivamente no reino dos que não têm que aturar estadões em figura humana, ao cair do pano, depois da música celestial dos anjinhos papudos e póstumos. Juro que não foi nesta dita cuja, em busca da "lingerie", que me locomovi, como insinua a governanta, em cobardes cartas de denúncia.



Homem do pão, ainda sem recolher maná...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Conselhos


A Bébé Lili, foi atrás da itenerância do Coronel até terras de Espanha, para ver um novo modelito de automóvel que afinal não conseguiu ver.

Depois de muitas considerações acoselhou o Coronel de que o modelito actual é Belo, Potente e com Design.

Uma vez que o conselho que deu ao Coronel surtiu efeito, a Bébé Lili sente-se tentada a aconselhar a mana a manter-se firme e irta na fábrica das Leis, porque só ela como ninguém sabe como elas são feitas, continuando a ser a pessoa organizada e prestável, atributos que aliás, sempre lhe foram reconhecidos e que se enquadram perfeitamente em qualquer fábrica de Leis.

sábado, 6 de outubro de 2007

ROUPA SUJA

Olhem, nem sei o que diga...sei lá...isto tá um horror...
Foram-se todos embora e deixaram-me sózinha com a casa para arrumar. Feriados republicanos a uma sexta feira tinham de dar nisto, não é?

Ao que consta a Governanta continua em parte incerta, o Coronel teve outro ataque de nomadismo incessante e foi à procura do peixe pré-histórico, levando a minha mana Bébé Lili que só gosta é de passeios. A minha sempre fiel Miudita também teve um ataque dos nervos (como ela diz) e foi descansar sei lá para onde. O Homem do Pão nem fez a entrega, avisando que tinha um encontro de distribuidores de pão. Enfim...

Comecei a passear pela casa, a apanhar meias do chão, toalhas molhadas, jornais velhos e por aí fora e fiquei deprimida. Não estou habituada a estas coisas, pecebem? Acho que apanhei uma mialgia. A ver vamos se consigo fazer alguma máquina de roupa.

Comecei a pensar nas injustiças desta vida. Uma pessoa é boa para toda a gente e só porque os outros estão aborrecidos com a vida deles, ou seja lá o que for, deixam-me com o casarão às costas...Por outro lado, é verdade que o casarão ficou isento do IMI e que não nunca paguei uma multa de estacionamento...

Não sei, a mialgia deixa-me confusa. O melhor é continuar a ser quem sou.
Quanto a lavar a roupa suja, vou escolher o melhor programa e o melhor detergente porque a fazer as coisas, gosto de as fazer bem feitinhas...Pecebem?
A Patroa

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Dos dinossáurios excelentíssimos e profundamente piscíferos


Nas minhas pesquisas sobre o pão que o diabo amassou, deparei-me hoje com a identificação da espécie Coelacanthidae, quase contemporânea dos dinossáurios excelentíssimos. Trata-se de mais um peixe de águas profundas, mas com algumas especificidades. Conforme a ficha técnica: en fait, les caractéristiques anatomiques du coelacanthe en font un poisson différent des autres :
Ses nageoires paires, pectorales et pelviennes sont musculeuses et armées d’un squelette. Il les utilise en alternance à droite et à gauche.



Il possède un poumon à droite ; à gauche, il a dégénéré. Celui de droite est devenu un organe infiltré de graisse, allégeant ses déplacements à la manière d’une vessie natatoire.Ce poumon rappelle que les premiers poissons osseux avaient à la fois des branchies et des poumons.

Le coelacanthe nage entre 100 et 400 mètres de profondeur dans les eaux côtières.




C’est un poisson qui chasse plutôt à l’affût et se précipite sur toutes les proies qui passent à sa portée. Son régime est carnivore et il se nourrit notamment de poissons.

On sait peu de choses sur ses habitudes car quand un coelacanthe est capturé, il survit très peu de temps. Pris à l’hameçon, il se montre très combatif.
Homem do pão. em pesquisa de fósseis redivivos

O xenhor lá de xima ...

O xenhor lá de xima tá muito malito da cabexa. Coitadito.

Nã diz coisa com coisa, nem escreve coisa com coisa, e agora nem pensa coisa com coisa.

Eu até já fiz uma reza pra que aquilo melhore a modes que pra bem da naçom. Atão outro dia nã é caté foi malcriado ca nha Patroa!! Um traste!! Nã se faz!! A gente anda cá metida na nossa vidinha , né?, na lufa-lufa do dia-a-dia, a ver sos trocos dão pró pão, que tá cada vez mais caro, e nã é que sai o xenhor lá de xima a meter o bedelho pra onde nunca foi xamado.

Apre.

É que já nã é a primeira vez e isto tá a dar cabo da vizinhança.

Parece que come aqueles bichos esquisitos, que vêm lá das entranhas da terra. Disse-mo home do pão que também lhe vende o dito e caté é um home informado.
Devia era de se deixar de esquisitisses e cmer antes bacalhau com natas, queu já lho ofereci e tudo.
Nesta casa de doidos anda tudo desvairado, num virote pegado, e tudo por causa do xenhor lá de xima.
Ó meus deuses.

Miudita arreliadita

O nosso Coronel insinua aquilo que ele sabe que eu sei que ele sabe, embora não saiba tudo


O nosso Coronel insinua aquilo que ele sabe que eu sei que ele sabe, embora não saiba tudo, dado que, na minha estirpe, sempre tivemos a ver com o labuta do pão, desde enxadas de semeadores de cereal, a gestores de moinhos de água, passando por mais próximos antecedentes, amassadores, forneiros e vendedores do pão de bico, quando ele ainda era a quatro tostões e pão efectivamente político.Por isso é que não me tenho metido muito aqui nas angústias curativas deste blogue. Até porque mão amiga me fez chegar os dois trabalhos que fizeram o Salazar ser professor catedrático, sem nunca se doutorar. Curiosamente, têm a ver com o pão de farinha e com o pão nosso de cada dia: um é sobre a questão das subsistências e o outro sobre o regime cerealífero, onde ele propunha medidas que, depois, como governante, nunca aplicou, ao contrário do seu contemporâneo, autor de "Mein Kampf". Porque a questão do pão, ou da falta do dito, se segue dentro de momentos, depois da imensa procura de cereais por causa do biodiesel, o homem do pão anda a estudar a coisa, não vá surgir o pão que o Diabo amassou.


Homem do pão

Democracia televisiva

Toca o tufone e atende a miudita: Xenhora, é uma xondaje. Pra xaber xe cremos um referendo ao Tratado...
Diz que já temos 3 tevisões e nã precisamos de mais, krida.

Lá em casa temos 230 jornalistas que representam os eleitores. Quando queremos saber alguma coisa o governo vai às tevisões e conta, os partidos fazem conferências de imprensa e congressos em directo, e tudo se sabe pela comunicação social. Por outro lado, quando nos queremos queixar de alguma coisa, chamamos o nosso jornalista e eles fazem tanto barulho que o problema fica resolvido.

Democracia mediática é que lhe chamam, pecebem? Poupa-se imenso em deputados e parlamentos e em eleições e referendos e assim...

O meu deputado é o Rodrigo Guedes de Carvalho - escolhi-o, prontos!É óptimo. Muito melhor do que....como era mesmo o nome do outro? Aquele do parlamento? Ah, pois, não interessa nada... o parlamento fechou. Agora é um Centro Cultural...disseram-me que a programação é um horror...
A patroa

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Afinal, quem é o homem do pão?

Preciso de ter uma boa conversa com a patroa. Começo a desconfiar do homem do pão e a pensar que ele não é quem diz ser. É certo que traz o pão quando lhe pedem, mas troca as vianinhas pelas bolinhas e faz outras confusões muito suspeitas. Além disso, o homem do pão deveria ser assim um "mix" de moleiro tradicional com padeiro, mais ou menos coberto de farinha branca. Mas não. Ele anda sempre muito limpinho, traz o pão em sacos de plástico e não nos habituais sacos de pano. Aqui há mistério.
E o que mais suspeitas me traz é o facto de que ele sabe muito, de muitas coisas. Ora, pessoas que sabem tudo, até agora só conhecia o Prof. Marcelo e os barbeiros da província.
Reflectindo sobre todos estes dados, começo a pensar que o homem do pão é, afinal, um filósofo na clandestinidade.
Se as minhas suspeitas se confirmarem, é um bom auxílio para todos os doentes da cabeça, porque nós não somos doentes da cabeça por acaso. Alguém é responsável pela nossa doença, da qual só sabemos que é altamente contagiosa e já tomou a forma de pandemia universal.
O homem do pão pode ajudar-nos a identificar esses responsáveis e a lidar melhor com o problema.
A patroa deve saber alguma coisa.

Uma medida coerente

Não há nada como um Governo que cuida dos nossos interesses e está atento aos problemas do cidadão. Até agora, quando dávamos por falta da carteira, na maioria dos casos bastava ir ao caixote do lixo de certas zonas da cidade e a probabilidade de a encontrar e recuperar os documentos era grande. O conteudo, em numerário, esse não estava lá, como é óbvio.
Agora tudo vai ser mais fácil. O novo balcão "Perdi a carteira", anunciado recentemente, é uma notável evolução e uma medida coerente.
De facto, se de repente dermos por falta da carteira, há todas as probabilidades dela se encontrar na posse desses simpáticos organismos cobradores de impostos que nos levam tudo. Nada mais lógico que um balcão para nos resolver os problemas decorrentes das carteiras extraviadas. O problema agora é se o tal balcão terá capacidade para uma tarefa tão gigantesca. É que...somos mais de dez milhões sem a carteira.

sábado, 29 de setembro de 2007

A HORA SAGRADA

São 20.00 e toca o gong lá em casa. Senhores, Jesus, Valha-nos Nossa Senhora da Cabeça, que correria...
O homem do pão já está refastelado na poltrona de orelhas, o coronel precipita-se e espeta o nariz no écrã, a miudita pára com tudo na cozinha e senta-se na cadeira pikenita, a bébé lili vem de cigarro na mão apressadita e esquece-se do cinzeiro e eu vou buscar lenços de papel para que não nos falte nada.
A hora dos telejornais é sagrada.
Começam as noticias: mãe espanca e mata filha, padrasto viola enteado, menina cai da varanda, grupo armado assalta bancos e ourivesarias, faca do pão eléctrica descontrolada degola familia, partido assassina centenas de militantes, hospital cega doentes de aldeias que os das cidades ficam só a ver mal, e por aí fora.
Começamos a babar-nos. Um lenço para ali, outro para ali, cuidado que a baba te está a cair; olha que isto são noticias, não é para repetir...
Asseguro-me que as varandas estão com cadeados, que não existem facas do pão eléctricas, que ninguém é militante de nenhum partido, cancelo todas as idas ao hospital.
Acaba a hora dos telejornais e alguém sugere: Ainda temos o das 21.00 na SIC noticias e o das 22.00 na RTP2...
Imponho-me com um veemente NÃO, JÁ CHEGA, AMANHA HÁ MAIS,À MESMA HORA.
Todos os dias uma hora de felicidade. O que podemos querer mais da vida?
A patroa

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Se você precisa de auxílio em suas necessidades e aflições, que perturbam sua cabeça tirando-lhe a tranquilidade, lembre-se de Nossa Senhora da Cabeça


Os recentes "posts" deste venerando "weblog" revelam uma generalizada necessidade de invocação da metafísica, para que aconselho os utentes a recorrerem a esta via, disponível na net, aqui. Para além da oração, estão disponíveis inúmeras dicas românticas, de garantido sucesso, aliás de acordo com o nome do site www.comamor.com.br (lido em voz alta tem sonoridade se não fizer brr.. no fim). Caso não possam deslocar-se a esse território espiritual, aconselho que dêem uma saltada lá para as bandas de Monção, conforme cartaz que acima reproduzo e que fielmente traduz a realidade em desconstrução. Caso o calendário, ou os afazeres, vos dificultem qualquer uma dessas oportunidades, sempre podem deslocar-se às traseiras da alfacinha Avenida da Liberdade. Ainda há bocado passei por um desses antiquários que vende obras fresquinhas de artesanato africano da Costa do I-voar, onde ainda está disponível um belíssimo "porte-nuque", no qual poderão poisar vossas doentíssimas mentes em meditação transcendental.
O Homem do Pão, em "porte-nuque" certificada pela União Africana

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Casas de doidos

Razão tem a Patroa quando não augura futuro brilhante para a Miudita. Quem vem de uma família benfiquista trabalhar como EMPREGADA (ouviram bem???) numa família sportinguista, não há cá estudos que lhe valham para singrar na vida.
Esta é a minha sina.
Miudita

A Justiça é amiga lá de casa

Olhe krida mana, bébé lili, eu já lhe tinha dito, a menina não pode meter-se no carro porque a menina não tem carta e não sabe conduzir e não sabe a diferença entre a esquerda e a direita...pecebe? E agora?
O que vale é que já falei com o advogado do Pinochet e com o Bastonário da Ordem dos Advogados e já temos quem a defenda. Por outro lado, já falei com o Moita Flores e ele vai falar na televisão a seu favor. Tefonei ainda às revistas cor de rosa e eles vão tirar imensas fotos suas com ar amoroso e arrependido. Também já coloquei um apelo na internet em favor das pessoas que não distinguem a esquerda da direita e por isso não podem conduzir e temos milhares de mails pelo mundo afora....
Acho que as coisas estão a correr bem para si e que o processo vai ser arquivado. Com sorte, a justiça estará do nosso lado, pecebe? Agora não volte a fazer disparates, tá bem krida?
A patroa

terça-feira, 18 de setembro de 2007

São todos uns invejosos...incluindo Bush



Estou totalmente de acordo com o Coronel, na sua defesa do nomadismo motorizado, mas em termos de distribuição do pão nosso de cada dia, nesta passagem da massa pelo funil dos governos em direcção às muitas massas sem massa que dele necessitam, não sei como hei-de explicar à minha produtora do Malawi as palavras hoje proferidas pelo principal senhor do mundo sobre o nosso principal "action man": «apreciei o exemplo que deu ao seu povo e ao mundo, fazendo jogging logo pela manhã. Apreciei isso, para mais numa altura em que já completou 50 anos».



Fiquei, contudo, intrigado ao rever recentes declarações de Alain Finkielkraut, na sua sanha anti-Sarkosy. Porque também Mário Soares preferia dar passeios no jardim do Campo Grande e Cavaco subir aos coqueiros em São Tomé, enquanto Salazar dava grandes passeios aos domingos com as pupilas e distribuía milho às galinhas de D. Maria, nos jardins de São Bento. Talvez Finkielkraut não tenha razão quando afirma: "Western civilization, in its best sense, was born with the promenade. Walking is a sensitive, spiritual act. Jogging is management of the body. The jogger says I am in control. It has nothing to do with meditation."



São todos mas é uns invejosos. Bush apenas o vemos numa ou duas fotos em pose de "jogger", enquanto o nosso Primeiro já o fez na cidade proibida de Pequim, na avenida de Copacabana, na marginal de Luanda, na Praça Vermelha de Moscovo e agora em Washington. Ele não gere o seu corpo num quintal, ele exercita o espírito de forma global. Ele é, de facto, o ícon máximo de todos os distribuidores de pão da terra. Mesmo depois de ser mais um velhinho com mais de meio século de esforçada existência. Fazer "jogging" por cima de todas as grandes capitais do mundo é obra! O esqueleto que vai servir de imagem para as Novas Fronteiras que o diga... isto não é apenas distribuir computadores...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

A fala

Por Miudita

domingo, 16 de setembro de 2007

Não há nada como a democracia

Depois de analisar a "overdose" verbal de uma reunião política que ocorreu ali para os lados do Parque das Nações, a única coisa que me veio à memória foi uma frase de Bernard Shaw que li há muitos anos, quando ainda não havia democracia em Portugal: "A democracia é um método que assegura que não seremos governados melhor do que merecemos".
Por isso, quero lembrar à Senhora Condessa que o "nomadismo incessante" é uma forma de tentar esquecer uma democracia constituída pela extorsão do Náundinho, as multas da EMEL, dos radares, os debates televisivos dos comentareiros de serviço, a guerra dos Luíses, os sermões económicos dos monges de Bruxelas e outras aberrações. Longe deles, as doenças da cabeça melhoram um pouco. Mas, calma. Nós, os doentes da cabeça, segundo as últimas estatísticas, já somos 25% da população. Temos direito a pedir o estatuto de parceiros sociais e a ter uma representação parlamentar. Se virmos bem, no caso da nossa doença ainda há esperança de cura enquanto os outros são mesmo casos perdidos.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A CASA


Já vivemos bons tempos, já...

Eu própria sou filha de Conde. A minha irmã, Bébé Lili, já não sei...bem que a tento educar mas ela é muito distraída e só pensa em divertir-se.

O Coronel que vive lá em casa também é de boas familias nortenhas, frequentou tudo o que era do bom e do melhor, enveredou pela esquerdalha caviar mas já se libertou dela e agora só sofre de ataques (fortissimos - tenho de dizer a verdade, ah...pois tenho) de nomadismo incessante que o faz percorrer km e km de estradas todos os santos dias porque não consegue estar quieto.

Da criadagem só resta a minha querida governanta que se ausenta sem dizer nada a ninguém e que sempre fez o que lhe deu na real gana, talvez porque suspeite que é minha filha... um dos segredos mais bem guardados lá de casa... e a miudita que é filha dela e de um senhor que não vou aqui revelar. A miudita é a pessoa menos doente lá de casa porque é a mais nova mas não lhe auguro grande futuro. Ela estuda, limpa tudo bem limpinho, é bem comportada, mas aquilo - a DOENÇA - deve estar-lhe nos genes.

Desconfio bastante do homem do pão...homem já velho, do antigamente...sábio na sua simplicidade de povo curtido pelas experiências da vida. Não me parece que toda a vida tenha sido quem é mas enfim...

A casa já teve outro esplendor. Agora precisa de uns arranjozitos. Não se encontra ninguém que queira trabalhar. Essa é que é essa...
A patroa

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Mais uma vítima da tolerância zero...


O grave problema do desemprego que tão eloquente e computadoramente foi aqui denunciado pelo Coronel, por causa das impressoras furta-cores e do começo do ano socolari, obrigam-me a que venha, a este sadio local, denunciar um perigo eminentemente iminente. Com efeito, uma das minhas retalhistas de pãezinhos chinocas, que eu, fingindo aquilo que na verdade sou, coloquei na esquina da Betesga, foi, ontem, importunada pela polícia municipal que anda na tolerância zero, dizendo que os caixotes com rodas que ela usa estavam em flagrante de litro, um por estar estacionado em cima do passeio e outro, em segunda fila. A coitada lá foi multada e, endireitando os olhos em bico, telefonou para a embaixada, a embaixada telefonou para o Costa e o Costa devolveu a coisa para a Maria José Nogueira Pinto que, toda maternidade alfredo do outro costa, não primo do Buíça, e toda santa casa da misericórdia do ti alfredo, o que não era padeiro, com pitadas de Padre Cruz, à Largo do Caldas, que muitos sabem o que dizem que era, logo lhe assegurou um lugar na futura Chinatown de Xabregas, porque eu sei que tu sabes o que ela sabe do senhor forcado. A coitada, cada mais embicada, não desistiu e, plim plim, lá meteu cunha ao António Vitorino que, todo comissário, todo bom de tratado, logo remeteu a pré-tensão para as recentes altas personalidades de Macau que pediram a nacionalidade chinesa, através da ilustre varina, e tudo, agora, parece encaminhar-se em bem processual pouco casapiano, para ela, para meu "Ich", para a defesa do multiculturalismo e para a promoção do pão exótico, vestido de cruzado. A minha retalhista vai continuar a vender massas e maças, amassadas e em cru, sem ter que estacionar em discreta segunda fila anti-EMEL. Deram-lhe um dos quiosques verdes que estavam a apodrecer nos armazéns da CML e autorizaram que estacionasse, mesmo no centro da esquerda moderna da Praça da Figueira, por cima do Bragaparques, desde que fizesse a promoção dos Olímpicos de Pequim e vendesse pré-comprados da EMEL e do Museu Berardo, com um cartaz da próxima cimeira pós-polaca e pós-Mugawe. Até o Scolari se ofereceu para um "spot" promocional do próximo torneio de boxe da Ladra Alternativa.
O Homem do Pão, de olhos em bico e sem estar esmurrado